segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O ESCRITOR G.K. CHESTERTON


Por Gustavo Nogy


Tanto já se disse acerca de Gilbert Keith Chesterton, que qualquer outra coisa que se escreva a seu respeito muito provavelmente não será mais do que lugar-comum. Ocorre que os clichês não deixam de ser verdadeiros por serem clichês, e uma verdade dita mais de uma vez não deixa de ser verdade, a despeito do nosso tédio. Dizer que Chesterton é grande, e grande a ponto de ser incontornável, é dessas verdades que, ditas uma, dez ou mil vezes, continuam a causar estupor.

O século XX foi pródigo em escritores e moralistas sombrios, como se ao século correspondessem seus cronistas. O mundo ardia e, muito compreensivelmente, as almas ardiam com o mundo. Mas Chesterton foi um tipo especial de escritor e de moralista. Foi, dos escritores geniais, o menos literário; e, entre os moralistas, o menos farisaico. 

Ele escrevia livros e artigos com a facilidade com que trocamos ofensas, e sempre estava atento à menor possibilidade de um duelo; se o desafiassem, logo escolhia suas armas: as palavras, as parábolas, os quase inacreditáveis paradoxos que dominava com mestria alucinante.

Mas Chesterton foi também o mais alegre dos moralistas cristãos, e moralista de um modo tão peculiar que seria capaz de convencer, e ajudar a converter, o mais acabrunhado dos ateus. Ele percebeu que num ateu havia mais de acabrunhamento que de ateísmo. 

A história de sua conversão ao cristianismo é a história da conversão que toda alma deveria desejar: o retorno feliz, satisfeito e sinceramente ingênuo à Casa donde não deveríamos ter saído. “Tentei criar uma nova heresia, mas quando lhe dava os últimos retoques, descobri que era a Ortodoxia.

MARIA SEMPRE!