terça-feira, 29 de março de 2011

Cardeais afirmam que abusos litúrgicos enfraquecem a Fé

     Um enfraquecimento da fé em Deus, um aumento do egoísmo e uma queda no número de pessoas indo à Missa pode ser causado pelos abusos litúrgicos ou a Missas que não são reverentes, afirmaram dois Cardeais e um consultor do Vaticano.

O Cardeal Burke e o Cardeal espanhol Antonio Canizares Llovera, prefeito da Congregação para o Culto Divino e os Sacramentos, estiveram ontem no lançamento de um livro em Roma.
O livro, publicado somente em italiano, foi escrito pelo Pe. Nicola Bux, o qual serve como consultor para as Congregações da Doutrina da Fé e para a Causa dos Santos e ao Ofício encarregado das liturgias papais.
A tradução do título do livro do Pe. Bux seria “Como ir à Missa e não perder a sua fé”.

O Cardeal americano Raymond Burke, chefe da suprema corte do Vaticano, asseverou: “Se nós errarmos pensando que somos o centro da liturgia, a Missa há de levar à perda da fé”.   O Cardeal Burke disse àqueles reunidos para a apresentação do Pe. Bux que “os abusos litúrgicos levam a sérios danos à fé dos Católicos”. Infelizmente, afirmou ele, sacerdotes e bispos demais tratam as violações às normas litúrgicas como algo que não é importante quando, com efeito, são “sérios abusos”.

O Cardeal Cañizares disse que embora o título do livro seja provocativo,
demonstra um pensamento do qual ele compartilha. “Participar da Eucaristia pode enfraquecer ou nos fazer perder a fé se não entrarmos nela apropriadamente” e se a liturgia não é celebrada de acordo com as normas da Igreja. “Isto é verdadeiro tanto em relação à forma Ordinária quanto à Extraordinária do único Rito Romano”, disse o Cardeal. O Cardeal Cañizares afirmou que uma época em que tantas pessoas estão vivendo como se Deus não existisse, elas têm necessidade de uma verdadeira celebração eucarística para lembrá-las de que tão somente Deus deve ser adorado e que o verdadeiro sentido na vida humana vem somente do fato de que Jesus deu sua vida para salvar o mundo.

Pe. Bux disse que grande número de católicos modernos pensa que a Missa é algo que o sacerdote e o povo fazem juntos quando, na verdade, é algo que somente Jesus faz. “Se você vai à Missa em um local e depois vai à Missa em outro, você não encontrará a mesma Missa. Isto significa que esta não é a Missa da Igreja Católica, à qual as pessoas têm direito, mas é somente a Missa deste ou daquele padre”, disse ele.

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Fonte: Cindy Wooden no Catholic Herald.co.uk
Tradução Montfort

quinta-feira, 24 de março de 2011

“VASSULA RYDEN”: EXCOMUNGADA!

     

Vasiliki Paraskevis Pentaki, a “Vassula Ryden”, muito conhecida e laureada em círculos da Renovação Carismática (RCC) e recomendada por muitos padres carismáticos, fora agora excomungada pela Igreja Cismática Ortodoxa. Per si, a situação de Vassula, como cismática, era obstante para os Católicos. Agora, os próprios cismáticos Ortodoxos a consideram um verdadeiro perigo, juntamente com sua organização chamada de “Verdadeira Vida em Deus”.
Conforme o Patriarcado Ortodoxo, a atual condição dela, priva Vassula de toda comunhão eclesiástica – que já era inaceitável em meios católicos – também nas Igrejas Cismáticas visando afastar suas ilusões o quanto possível para preservar a piedade.
O motivo dessa excomunhão leva em conta que seus ensinamentos se baseiam levianamente em diálogos de Vassula com Cristo, causando escândalos entre as pessoas de piedade.
A excomunhão não foi lançada somente em Vassula, como também em todos os “adeptos” que de forma arbitrária aderiram os seus ensinamentos, pessoas as quais ela conquistou com sua nefasta confusão espiritual:
  “Neste espírito, e para a benéfica proteção dos piedosos ortodoxos da perigosa confusão espiritual, daqueles que não conhecem bem as questões subjacentes ao risco de ilusão, rejeita, a partir da Madre Igreja, Vasiliki Paraskevis Pentaki – Ryden, amplamente conhecida como “Vassula”, e sua organização fundada sob o título “A Verdadeira Vida em Deus”, que de forma precipitada e leviana propõe ensinamentos baseados no suposto “diálogo dela diretamente com o Fundador da Igreja, Jesus Cristo Nosso Senhor”, seus seguidores e os partidários do movimento “A Verdadeira Vida em Deus “, que não só se desviam de forma arbitrária  do ensinamento dado por Deus à Igreja, mas também escandalizam a razão dos piedosos crentes ortodoxos.
Por isso, afirmamos aos proponentes dessas inovações inaceitáveis e os adeptos que pretendem mantê-las, que, doravante, não são mais admitidos à comunhão eclesiástica, não só para o envolvimento no trabalho pastoral da Santa Metrópolis, mas também proibidos de comunicar os seus novos ensinamentos, a fim de evitar as sanções adequadas sob os Cânones Santos.” (Patriarcado de Constantinopla, Chefe da Secretaria do Santo e Sagrado Sínodo, 16/03/2011)

N.B.: Trad. Montfort

segunda-feira, 21 de março de 2011

SÃO JOSÉ, NOSSO PATRONO



Por Prof. Pedro M. da Cruz



     São José é um modelo sublime dos defensores de Nosso Senhor. Aquele que desejar tornar-se paladino do Corpo Místico deverá ter no esposo de Maria Santíssima a fonte de seus anseios, o alimento de suas pretensões. Se o fizer não falhará nesta santa empreitada.
O que escrevi?! “Esposo de Maria Santíssima”! Que graça! Que honra indizível! Quisera poder expressar em palavras louvores devidos por tal dignidade, porém, não o posso. Acredito que nem mesmo os anjos poderão jamais fazê-lo devidamente.
Portanto, para honrar a São José, tentando condensar numa frase esplendores incalculáveis, basta repetirmos o imponderável: “Salve, esposo de Maria!” Então, os anjos se “comoverão”, e, ele, no silêncio adorador de sua alma, explodirá em louvores por tal dádiva.
     Realmente, que esposa! Rainha dos céus, Rainha da terra, e, para abafarmos todas as outras dignidades: Mãe de Jesus Cristo, o Deus encarnado! É glória demais para simples criaturas! Uma, é Mãe do próprio Deus, o outro, esposo desta mesma Theotokos. Estamos perante realidades que transcendem a simples especulação humana; só Deus poderá elevar-nos à contemplação devida de tais mistérios.
Imaginem os senhores se pudéssemos observar, um segundo que fosse, a santa convivência deste casal! Os olhares, os sorrisos, as palavras... Enfim, todo e qualquer movimento, desde um simples bocejo, até um ósculo esponsal, este, puro e angélico; que magnífico seria! Suplicaríamos a Deus, entre lágrimas e gemidos, que nos deixasse ali por toda a eternidade.
Então, São José, porte ereto, viril, fitar-nos-ia com candura, a nós, discípulos de seu filho. Maria Santíssima se alegraria ao ver, apesar de tanta miséria humana, o acanhado reconhecimento, por nossa parte, da grandeza de seu esposo. E, por fim, nos apresentaria o Divino Infante. Oh, Deus! Calemo-nos aqui.
Que poderia ser dito perante aquela criança extraordinária? Nada. Deus é para ser adorado.
Senhores, terminemos assim nossa reflexão: Calados.
Calados pela grandeza do menino.
Calados pela grandeza de sua Mãe.
Calados pela grandeza de São José, esposo de Maria Santíssima. E, nem falamos de sua paternidade...

São José, esposo de Maria, rogai por nós!

quarta-feira, 9 de março de 2011

SÓCRATES E JESUS CRISTO



Transcendência da revelação cristã
     “Nossa doutrina revela-se a superior a qualquer doutrina humana, porque temos o Logos inteiro em Cristo”... Tudo o que os filósofos e legisladores exprimiram e descobriram de certo devem-no ao que encontraram e contemplaram parcialmente no Logos. Contudo, não tendo conhecido a totalidade do Logos, que é Cristo, muitas vezes eles mesmos contradisseram-se. Os que viveram antes de Cristo, e procuraram contemplar as coisas e transmiti-las segundo o logos humano, foram postos na prisão como ímpios e sacrílegos. Sócrates, que se aplicou a isso com maior ardor que ninguém, viu caírem sobre ele às mesmas acusações dirigidas a nós. Dizia-se que introduzia divindades novas e não acreditava nos deuses reconhecidos na cidade. Expulsando dela Homero e ou outros poetas, que ele ensinava os homens a se desviar das falsas divindades... e os exortava a descobrir o Deus que ignoravam, por meio da busca da razão (logos). “Encontrar o Pai e artífice do universo não é fácil, dizia, e para quem o encontrou revelá-lo a todos não é prudente”. Foi o que fez nosso Cristo (ou seja, revelá-lo a todos) por seu próprio poder. Porque ninguém acreditou em Sócrates a ponto de morrer por sua doutrina, mas Cristo, que Sócrates conheceu parcialmente – ele era de fato o Logos presente em tudo... -, foi acreditado não somente pelos filósofos e letrados, mas pelos artesãos e pelos piores ignorantes, que desprezaram a opinião, o temor e a morte, pois ele é o Poder inexprimível do Pai, e não uma produção do logos humano.
      Não é que os ensinamentos de Platão sejam estranhos a Cristo, mas não são semelhantes em tudo, bem como os dos outros, estóicos, poetas e escritores. Cada um deles, na verdade, quando via parcialmente aquilo do Logos divino disseminado (no mundo) se assemelhava a si, falou, sim; porem, contradizendo-se sobre coisas essenciais, mostram que não possuem uma ciência superior, nem um saber irrefutável... Pois uma coisa é a semente e a imitação (da verdade), dada segundo a capacidade (humana), e outra, o próprio objeto do qual há participação e imitação (a saber: a verdade que é Cristo) por graça ( divina).

Fonte: Apologia II, 10 e 13. Retirado do livro: Os padres da Igreja, de Jacques Liébaert, pág,52. Ed. Loyola.