terça-feira, 12 de novembro de 2013

A CONVERSÃO DOS NORMANDOS

Monte Saint Michel e sua abadia e igreja beneditina, Normandia - França.

Prof. Pietro Mariano dos Santos



Reinava na Igreja de Roma o papa Anastácio III (911-913) louvado pela doçura de seu governo, sabedoria e prudência. Durante seu pontificado, num século tão atacado pelos inimigos da religião católica, ocorreu um fato de extraordinária Beleza: A conversão dos Normandos.

“O século décimo da era cristã é dos mais desgraçados que a humanidade teve de atravessar; respirava por toda parte a confusão (...) eram tais as calamidades que deu-se a este século o nome de século de ferro.”( CHANTREL, J. História dos papas. Vol. II. pg. 7).

Rollon, o mais temível chefe dos Normandos, que assolava as costas ocidentais da França, acabava de sofrer uma derrota perto de Chartrès. Carlos, o simples, com muita astúcia percebeu que era hora propícia para entabular negociações com o líder bárbaro. Para tal empreendimento, enviou Francon, arcebispo de Ruão. O eclesiástico dissera palavras tão belas e acertadas que logrou convencer o feroz normando. Carlos, o simples, daria a Rollon, além de terras, a mão de sua filha Gisela.

Rollon, o feroz normando, converte-se ao catolicismo. Instruído e batizado por Francon, em dado momento diz estas belíssimas palavras: “Antes de repartir as minhas pelos meus súditos, quero dar uma parte delas a Deus, à Virgem Maria e aos santos que desejo ter por meus protetores”.

O lobo transformara-se em cordeiro. Rollon povoou as cidades, restaurou igrejas, fez reflorescer a religião, entre muitos outros feitos gloriosos. Os normandos que até ali só haviam roubado e matado fundariam sólidos estabelecimentos na Inglaterra e ao sul da Itália, além de, no futuro, alcançar muita glória lutando nas cruzadas. De fato, a conversão dos normandos foi uma das grandes conquistas da Igreja no século X, tão caluniada pelos inimigos da verdadeira fé.

SS: Mater Boni Consili, ora pro nobis!

Referência: CHANTREL, J. História dos papas. II. tomo.Guimarães livraria internacional, 1878. Pg.22-23