sábado, 5 de setembro de 2015

SOBRE VIRTUDES, PECADO E GRAÇA

As quatro virtudes naturais: Prudência, Força, Justiça e Temperança

“(...) todas as potências da alma ficaram, de certo modo, destituídas da ordem própria, pela qual naturalmente se orientavam para a virtude” 

Por editores do blog
“'O perfil do pecador é descrito com traços nítidos por Santo Tomás. O pecado é ‘corruptio naturalis boni’. É ‘a desviação da tendência à virtude que brota necessariamente da Natureza Racional.’

O pecado limitou os dons naturais do homem
‘A corrupção do bem natural, por desordenar-se a natureza humana pela não sujeição da vontade a Deus; pois, desaparecida esta ordem, há de por consequência ficar desordenada a natureza toda do homem pecador.’ 

‘Pela justiça original, a razão continha perfeitamente as potências inferiores da alma, sendo ela mesma aperfeiçoada por Deus, a quem estava sujeita. Ora, essa justiça original perdeu-se pelo pecado do primeiro pai, como já dissemos. Por isso, todas as potências da alma ficaram, de certo modo, destituídas da ordem própria, pela qual naturalmente se orientavam para a virtude. E essa destituição mesma se chama lesão da natureza. ’

Ora, são quatro as potências da alma capazes de serem sujeitos das virtudes, como já se disse, e são as seguintes. A razão, sujeito da prudência; a vontade, da justiça; o irascível, da fortaleza; a concupiscência, da temperança. Por onde, a lesão da ignorância consiste em a razão ter ficado privada de ordenar-se para a verdade. A da malícia, em a vontade ter ficado privada de ordenar-se para o bem. A da fraqueza, em o ter o irascível ficado privado de ordenar-se para o árduo. E, enfim, a da concupiscência em o ter a concupiscência ficado privada de ordenar-se ao prazer moderado pela razão.’

Os sete vícios capitais são disposições psíquicas contra a ordem da razão. Aquilo que é contra a ordem da Razão é contra a Natureza do Homem enquanto Homem.

- Como a Graça cura?

Quando somos curados pela Graça
reconhecemos e adoramos a Deus
Se a doença da alma é a desordem nascida da rejeição consciente ou inconsciente do fim Último verdadeiro, a cura está em restituir o acatamento ao Fim do Ser Racional, que é Deus. ‘ Amar a Deus sobre todas as coisas é de fato algo conatural ao Homem’. ‘O Homem pelas suas forças naturais pode amar a Deus mais do que a si mesmo e sobre todas as coisas’.

A Graça aumenta e fortalece a tendência natural do Homem ao seu Fim Último, Deus, e assim restitui a ordem do próprio ser para Deus. Sua mente percebe a Lei Natural, acata a Moral Natural, respeita o Direito Natural. A voz autêntica da essência humana é atendida. A sabedoria carnal e diabólica é rejeitada. O espírito deiforme é construído pela aceitação da Graça, que refaz a imagem e semelhança d´Aquele que o criou.” 

FONTE: RODRIGUES, Pe. Afonso. Psicologia da Graça. São Paulo: Companhia da Jesus, 1983; p. 93-94


MARIA SEMPRE!


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