domingo, 31 de dezembro de 2017

INFORMATIVO SSVM II - 2017 - 4 ANOS DE INSTITUCIONALIZAÇÃO


Por Edição do Blog

Em 30/12/2017, a SSVM celebrou o 4º aniversário de sua institucionalização, passo de grande importância em seu sublime apostolado, em cuja ocasião se tornara, oficialmente, o "Instituto de Caridade e Educação Cristã Sociedade da Santíssima Virgem Maria". Ao ensejo de tão importante data, publicou-se a mais nova edição do "Informativo SSVM", referente ao período de junho a dezembro de 2017. Convém informar aos nossos leitores que essa produção visa divulgar alguns dos diversos trabalhos e projetos de apostolado da SSVM e também chamar a atenção das pessoas para o bem que podemos fazer quando temos clareza do nosso fim último, Deus, Nosso Senhor. Esse "Informativo", em sua forma impressa, é periodicamente enviado aos domicílios dos amigos e benfeitores da SSVM. Ei-lo agora disponibilizado também neste espaço. Para melhor visualização, clique nas imagens até obter o tamanho ideal. Boa leitura a todos!









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"E quem der, nem que seja um copo d'água fria a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá sua recompensa". (Mt 10, 42)

MARIA SEMPRE!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

SANTA INTRANSIGÊNCIA


Por Paulo Eustáquio, membro da SSVM

Coragem, convicção, decisão... intransigência! Palavras que traduzem o verdadeiro espírito de renúncia que deve nortear a vida de alguém que, movido por amor a Cristo, rejeita os apelos e seduções do mundo hodierno.

O cristão de reta intenção sabe que não deve confiar em suas próprias forças para absolutamente nada, senão que se deve recomendar inteiramente a Deus em tudo o que empreender. Sabe, igualmente, que em suas ações deve sempre se abster do que é estranho à boa moral e à justa conduta, ainda que associado a pessoas que lhe são afetas e aparentem espírito de piedade.

- Filho, evita as ocasiões de pecado, com a mesma convicção e decisão com que se propõe a evitar o próprio pecado! Semelhante exortação nos fizeram diversos santos da Igreja, como condição para que não ofendêssemos a Deus. 

A alma tíbia, pouco atenta a essa obrigação, se compraz em fazer permutar o espírito entre a vigilância e o relaxamento, permitindo-se caminhar próximo ao pecado como alguém que se coloca à beira de um precipício ou como outro que se entretém em águas próximas a uma fortíssima correnteza. Absurda e odiosa insensatez! Enquanto ri o demônio, alegra-se a alma que assim opera, fazendo pouco caso de evitar, com urgente intrepidez, as ocasiões de pecado. Poderá pedir com justeza "não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!"[1], se despreza ao mesmo Deus a quem roga, expondo-se ao perigo?

Quem ama o perigo nele perecerá (Eclo 3, 27)

Aconselha-nos São Paulo (Fil 2, 12): “Com temor e tremor operai a vossa salvação”. Disto se depreende que aquele que não teme e ousa expor-se às ocasiões perigosas, principalmente quando se trata do pecado impuro, dificilmente se salvará. Segundo Santo Tomás, "a razão disso é que Deus nos abandona no perigo quando a ele nos expomos deliberadamente ou dele não nos afastamos." [2]

A misericórdia divina há de ser aplicada em consonância com a Sua justiça, igualmente infinita. Tal misericórdia é prometida aos que temem a Deus, não aos que abusam dela. Tenhamos sempre em conta essa verdade, bem como a seríssima advertência de Santo Agostinho: "assim como Deus não falta às suas promessas, tampouco faltará a suas ameaças."[3]

Se eu tivesse que dar um conselho aos homens e mulheres de hoje, dir-lhes-ia: sejam intransigentes, meus caros! Tenham sempre uma santa intransigência com tudo o que possa colocá-los em risco de ofender a Deus!

Mater Boni Consilii, ora pro nóbis!


MARIA SEMPRE!



Referências:

1.   Mt 6, 13; Lc 11, 4.

2.   Fuga das ocasiões de pecado: um dos mais graves deveres da vida espiritual. Disponível em: http://www.lepanto.com.br/catolicismo/leitura-espiritual/fuga-das-ocasioes-de-pecado-um-dos-mais-graves-deveres-da-vida-espiritual. Acesso em 20/12/2017.

3.   Deus é misericordioso mas também é justo. Disponível em: http://www.saopiov.org/2013/09/deus-e-misericordioso-mas-tambem-justo.html. Acesso em 26/12/2017.

sábado, 2 de dezembro de 2017

CORTESIA

Por Dom Fulton Sheen

O que aconteceu com a polidez? Como são poucas as crianças treinadas para, por exemplo, apertarem a mão de uma pessoa a quem são apresentadas?! As mães dizem: “Jimmy, estenda a mão!”. O namoro é muito mais cortês do que o matrimônio. Como disse um marido a sua esposa, que havida pedido a ele para lhe passar o jornal da noite: “A caça acabou. Ganhei o jogo”. Quando se está em uma autoestrada, o automóvel é quase um escudo contra os costumes. Fechada numa cela de metal e dirigindo em alta velocidade, a pessoa permanece sempre anônima para o outro, ou para quem buzina com raiva ou lança um olhar de reprovação.


a cortesia de um homem deve ser perene.

Quais são as causas dessa falta de delicadeza e de refinamento com os outros na sociedade moderna? Provavelmente, uma das razões é que vivemos em uma era tecnológica na qual somos separados uns dos outros por funções. As pessoas se tornam como canetas-tinteiro com as quais as empresas escrevem; não faz muita diferença se a tinta é preta, vermelha, verde ou amarela. O senso de singularidade da pessoa, seu caráter insubstituível, o fato de portar valores eternos – tudo isso se perdeu. Se “A” não aperta o botão, sempre haverá um “B” que talvez seja um apertador de botões muito mais competente.

É inútil analisar causas. É muito mais importante mostrar como restaurar a cortesia na sociedade. Quando falamos em cortesia, não queremos dizer a mesma coisa que Emerson quando escreveu: “A [boa] conduta tem sido definida, um tanto cinicamente, como um instrumento dos homens sábios para manter os idiotas afastados”. Mas evidentemente Emerson não compartilhava esse ponto de vista, pois ele afirmou: “A vida é curta, mas sempre há tempo para a cortesia”.


É preciso se habituar na gentileza desde os pequenos gestos.
Deve-se também desconsiderar uma cortesia fingida ou hipócrita, sobre a qual Shakespeare disse: “Como sabe soprar essa tirania nas feridas que ela mesma produz!”

O maior tratado sobre a cortesia já escrito foi uma carta ao povo de Corinto na qual, entre outras coisas, o homem de Tarso escreveu: “Não busca os próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá”.

Essa ideia foi desenvolvida por Newman em sua obra Idea of a university Defined. Às qualidades da cortesia mencionadas acima, Newman acrescentou que “um cavalheiro ou um homem cortês é um homem que nunca se irrita”.


A vida é curta mas sempre há espaço para a cortesia.
A cortesia manifesta-se nas coisas triviais da vida, não em uma grande doação ou em um grande espetáculo. Assim como uma mulher preferiria receber mil pequenas cortesias e sinais de afeição do seu marido em lugar de uma agressividade carnal, do mesmo modo a polidez se encontra nas coisas triviais e no lugar comum. Considere, por exemplo, a amabilidade de Boaz, que disse aos seus ceifeiros para deixarem propositalmente alguns maços de grão para que Rute os encontrasse. Uma consideração desse tipo não se aprende em um livro de etiqueta, porque a verdadeira cortesia vai além das normas de boas maneiras estabelecidas. O verdadeiro cavalheiro faz mais do que o livro pede.

Outra regra da cortesia é a seguinte: “Que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos”. Isso é difícil. Mas vem da lei cristã o fato de que podemos enxergar as ações das pessoas, mas não podemos conhecer seus motivos. Sempre pensamos o melhor de nós mesmos, mas só pensamos o pior das outras pessoas, particularmente hoje, época em que a tendência é sermos rebeldes sem causa e destruir em vez de construir. Sempre há lugar para estimar os outros, mas só conseguimos suspeitar o pior dos nossos companheiros. Por isso podemos acreditar que eles são realmente melhores do que nós. Isso é o fundamento da afirmação atribuída a tantos: “Eu também poderia estar naquela terrível situação”.

O verdadeiro cavalheiro faz mais do que o livro pede.

Excerto do Livro “Filhos e Pais – Sabedores e orientação para os pais”, de Dom Fulton Sheen, editora Katechesis, dezembro/2015, páginas 57 a 59.  


MARIA SEMPRE!