sábado, 3 de janeiro de 2015

RATZINGER E O CONCÍLIO VATICANO II

Concílio Vaticano II 1962 - 1965
 iniciado por São João XXIII e encerrado pelo Beato Paulo VI

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Filósofo ateu Paolo d' Arcais (1944)
No ano 2000, o então cardeal Ratzinger (hoje papa emérito) participou de um debate acalorado com o filósofo ateu Paolo F. d´Arcais em torno do tema: Deus existe? - debate conduzido por Gad Lerner no Teatro Quirino de Roma perante uma multidão. A certa altura surge uma questão referente ao Vaticano II, evento do qual participou o próprio Ratzinger. Segue abaixo sua resposta que mostra já naquela época uma crescente preocupação a respeito das consequências surgidas devida vários fatores no período pós conciliar.

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"GAD LERNER: Antes de ser bispo, o jovem teólogo Ratzinger participou com entusiasmo dos trabalhos daquele Concilio, sendo até mesmo um elemento, digamos, fortemente favorável à inovação.

O Cardeal Ratzinger, quarenta anos depois, vê naquele evento um dos elementos da crise do cristianismo europeu? Ou seja, houve uma mudança no senhor?

O então pe.Ratzinger atuou no 
Concílio Vaticano II como perito.
 Ele foi eleito Papa em 2005.
JOSEPH RATZINGER: Uma mudança, não. Eu sempre penso que aquele esforço era necessário, que era o momento de abrir novos caminhos da linguagem e do pensamento teológicos e de buscar um novo encontro com o mundo e uma nova profundidade da fé, principalmente também no diálogo com nossos irmãos, as igrejas não católicas.

Nesse sentido, parece-me que foi um acontecimento providencial, necessário, mas com isso... com a comparação à intervenção cirúrgica também queria mostrar que um evento benéfico não necessariamente implica, de imediato, os efeitos positivos esperados. E nisso tenho um ilustre predecessor, o grande teólogo Gregório de Nacianceno, justamente definido como ‘o’ teólogo. Ele, tendo sido convidado pelo imperador ao Concílio de Constantinopla, após as experiências anteriores que tivera em outros concílios, disse: ‘Nunca mais irei a um Concílio, porque só cria confusão’; esse era seu desespero.

Eu não me expressaria assim, mas se ele disse... Um concilio é - como mensagem, como ação, digamos, como intervenção profunda na vida das Igrejas - necessário, mas, ao mesmo tempo, provoca novas complicações... e estamos em uma fase na qual temos de enfrentar essas complicações."

FONTE: RATZINGER, Joseph; D'ARCAIS, Paolo F. Deus existe? Trad. Sandra M. Dolinshy. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2009; p. 84-85. *O negrito é nosso
MARIA SEMPRE!

2 comentários:

Marlan Batista disse...

Mas a constatação de Gregório de Nancianceno procede até o fato de se notar que os Concílios até o Vaticano I foram dogmáticos, ou seja, normatizavam e com o tempo, por obediência à Igreja tudo ia se acalmando. O que se vê com o Vaticano II é um afrouxamento dos dogmas da Igreja, que nos leva a um ralativismo medonho. Portanto, já se passaram 50 anos e o que se vê é mais confusões. Brotam aos montes.

Fé Católica disse...

Prezado Marlan Alves Santana Batista, obrigado por sua postagem. Que Deus lhe abençoe e ilumine. Maria Sempre!