Mosaico retratando Jesus entregando a Chave da Igreja para São Pedro junto Cúpula da Basílica São Pedro na Cidade do Vaticano - Roma - Itália |
Prof. Pedro Maria da Cruz
É
urgente a defesa do papado; sublime instituição formada por Nosso Senhor Jesus
Cristo! Com efeito, o mundo hodierno
(sempre mais relativista, secularizado e materialista) tende a desacreditar todo
e qualquer arauto da realidade sobrenatural; quanto mais ao “Trono de São Pedro” em cujo campo
gravitacional foi gerada uma verdadeira e gloriosa civilização de memória
indelével e profética.
A
sociedade contemporânea, fixada como está no extremo oposto da cristandade
medieval, deseja, com a opulência faraônica do seu edifício, sufocar o que
resta do teocentrismo católico. Qual o último bastião dos poucos “prédios
góticos” que resistem entre escombros? A quem ainda voltam-se esperançosos
aqueles que insistem em manter a Fé? Ninguém ignora ser à linhagem dos romanos
pontífices; ela em cuja cátedra reina a verdade revelada.
São
os sucessores de Pedro quem sustentam o essencial de tudo o que se deve crer; e
assim o fazem por ordem de Nosso Senhor, no Pai, e conduzidos pelo Espírito. Ora,
sendo deste modo, que louco ousaria colocar-se contra eles? Entretanto, há sempre
quem o faça. Reconheçamos a confusão do mundo em que habitamos.
Todavia,
mesmo em meio às oposições, muitas vezes cruéis, são os papas quem confirmam
nossa fé. São eles quem, apesar de todas as adversidades, repetem com
autoridade o que jamais deveria ser esquecido. São eles a rocha firme contra a
qual todas as ondas se quebram e grandes navios se arrebentam.
Ali,
à sombra de Pedro, encontramos abrigo seguro... Que tremam os inimigos da
Igreja!
Taxamos
de louco o tempo em que vivemos. Louco o bastante para desferir golpes de ódio
contra a coluna e o sustentáculo da verdade. Mas, como não o chamaríamos assim?
Afinal, o próprio Deus, quando não Lhe negam a existência, fica relegado a um
plano inacessível e termina figurado como uma difusa energia impessoal, esotérica,
ou mesmo, um mero antropomorfismo pedagógico-cultural.
Não
é verdade que nosso tempo descarta a doutrina da mediação? O homem está
entregue a si mesmo; ciência e tecnologia tornaram-se panacéia universal; e, por fim, um humanismo super-otimista acaba
por convencer o mundo de que a técnica erguerá na terra um verdadeiro paraíso;
onde todas as pessoas poderão viver, quiçá, para sempre...
Qual
o papel da religião nesta atmosfera anti-católica? Ela é vista como mais um
fenômeno de caráter puramente sociológico. É importante – dizem - desde que
libertada de convicções ultrapassadas, obscurantistas, medievais e
imperialistas. É preciso que arranquem de si as algemas do Dogma; pois,
doutrinas imutáveis impedem a evolução das ideias à luz da ciência. Ela deve
aceitar que é um instrumento a mais nas mãos do Estado, e que o Estado é a soma
das vontades individuais ou pelo menos da vontade de uma maioria privilegiada.
Perceba
o leitor que estamos perante uma visão totalmente intramundana da realidade;
nesse contexto nada há de sobrenatural. Tudo se reduz ao cientificamente
mensurável e aquilo que parece avançar para além da perspectiva imanente seria
fruto de certa ignorância que o futuro – acredita-se –conseguirá inscrever nas
dimensões do natural por hora desconhecida em suas fibras mais remotas.
Ou
seja, dia virá em que todas as coisas serão explicadas plenamente por nossa
inteligência; inclusive Deus...
Ora,
o dia em que Deus se limitar às dimensões da racionalidade humana deixará de
ser infinito; portanto, Deus... Então, não haverá mais um ser divino? Eis a
questão!
É
nessa altura do campeonato que a modernidade mostrará seu incrível caráter
gnóstico-panteísta com magistral habilidade: Sim, há “deus”; porém, ele não
está para além desse mundo, mas, de algum modo se confunde com a matéria;
semelhante, digamos assim, à criança em gestação no útero materno.
A
matéria, em certo momento, odiada, é trampolim inconsciente para a descoberta
de si por parte do indivíduo; depois, essa mesma matéria, agora supervalorizada,
é o laboratório de um espírito divinizado que transforma em ouro tudo o que
toca. Ambos os processos - um pessimista, outro otimista - não se dão
necessariamente na mesma ordem nem se privam de voltar e “re-voltar”, o quando seja possível ou conveniente, a julgar pelo
desenrolar dos fatos.
É
esse o esquema geral dos inimigos de Pedro: negam-lhe a origem divina por
defender uma diferença essencial entre criador e criatura; para, finalmente,
declararem-se a si mesmos “deuses” e senhores do trono de toda verdade. Dizendo
de outro modo: armam-se contra Pedro; entretanto, seu objetivo não é destruir
sua Cátedra, mas sentar-se orgulhosamente sobre ela.
Perguntemo-nos:
o que é tudo isso que descrevemos de modo geral e incipiente com referência ao
nosso tempo? É o Agnosticismo que
avança impetuosa e inconfessadamente em meio aos homens arrastando-os a mais
triste solidão, angústia e infelicidade. A negação do papado em sua realidade querida
por Cristo só manifesta a ponta das garras de certo ateísmo prático escondido
na maciez enganadora da pseudo-intelectualidade e ilustração que hoje é
ovacionada. A negação do Trono de Pedro é semelhante à grande ferida, podre e
fétida, que surge em um corpo doente desde muito, mas que infelizmente não foi
tratado.
Após
essa breve introdução, convidamos nossos leitores a estudar conosco os traços
do papado presente na figura de Simão Pedro. As informações que tiraremos da
Sagrada Escritura muito nos ajudarão a vislumbrar um pouco mais a grandeza
vocacional dos papas, assim como o respeito e veneração a que nos convida. Que
Nossa Senhora do Bom Conselho, infunda em nossos corações por sua intercessão o
devido amor pela Cátedra de São Pedro, assim como por todos os seus sucessores.
Santíssima Virgem Maria, rogai por nós!
Referência Bibliográfica
DELLEGRAVE,
Geraldo E. O papado é instituição divina.
São Paulo: Loyola, 1986.
CRUZ, Prof. Pedro M. A
verdadeira Igreja de Cristo. SSVM.
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