N. Sra. das Graças, vista por Santa Catarina |
Por Lucas Silva Vieira
No dia 27 de Novembro a Igreja faz memória em seu calendário litúrgico de Santa Catarina Labouré. Nascida em uma França pré-revolucionária, numa nação agitada pelas guerras napoleônicas domina- da pelo sentimento anticlerical, Catarina veio de uma família numerosa da qual recebeu uma educação católica.
Desde cedo Catarina nutria uma terna devoção à Virgem Maria. Logo na infância veio a perder sua mãe. Após o ocorrido foi para diante de uma imagem de Nossa Senhora e consagrando-se a Ela declarou à Virgem que agora Ela era sua única mãe. Após cumprir o dever de cuidar dos seus irmãos menores, entra para a Congregação das Filhas da Caridade, fundada por São Vicente de Paula.
Mal sabia Catarina, mas a Santíssima Virgem havia de lhe conceder graças extraordinárias. No início, já no convento, a Santa passou a ter visões de São Vicente de Paula e mais tarde começou a ter visões de Nosso Senhor durante a Santa Missa. Em uma dessas aparições, Catarina vê Jesus Cristo revestido com vestes reais cheio de glória e esplendor, logo em seguida, os paramentos e coroas do Senhor foram jogados ao chão, simbolizando a queda do Rei da França que se seguiria nos anos seguintes às aparições.
Mas, a mais sublime aparição aconteceu na noite do dia de 27 de Novembro de 1830. Nessa noite, Catarina é acordada pela suave e infantil voz do seu Anjo da Guarda, que a leva até à Capela do Convento, onde a Santíssima Virgem a espera. Com as suas próprias palavras Catarina descreve esse celestial encontro:
“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. Formou-se em torno da Virgem um quadro oval onde, em letras de ouro, se liam estas palavras: ‘Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós’. Ouvi então uma voz que me dizia: ‘Manda cunhar uma medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem com fé e devoção receberão grandes graças’. A outra parte da medalha, trazia a letra M encimada por uma cruz, embaixo os corações de Jesus e Maria: o primeiro cercado de espinhos e o segundo transpassado por uma espada”[1].
A medalha milagrosa, como é tradicionalmente forjada. |
Foram cunhadas e distribuídas a época, cerca de um milhão de medalhas, espalhando-se a devoção por toda a Cristandade. Recebeu a alcunha de “Milagrosa”, em função dos milagres que a Virgem concedia aos seus portadores como, por exemplo, a cura e/ou a imunidade à doença de cólera que assolava a França naquele tempo.
Catarina de Labouré viveu uma vida escondida e simples, propagando a devoção a Santíssima Virgem e o uso da medalha.
O conhecimento público da vidente só se dera após a sua morte em 1876. A medalha não é simplesmente um amuleto ou um objeto que transmite “energias positivas”, mas um claro instrumento da misericórdia Divina e do materno auxílio de Maria para os seus filhos. Por isso, deve ser usada com amor e devoção como um sinal da presença de Deus e proteção contra as dificuldades temporais e espirituais. Antes de ser usada deve ser abençoada por um sacerdote.
Estejamos atentos as palavras da Virgem:
"Manda cunhar uma Medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem indulgenciada, receberão grandes graças, mormente se a trouxerem ao pescoço; hão de ser abundantes as graças para as pessoas que a trouxerem com confiança."
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MARIA SEMPRE!
Referência bibliográfica:
[1] CONTI, Dom Servilio- O Santo do Dia. Editora vozes, 1983; p. 529.
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