quarta-feira, 26 de junho de 2013

ESCRAVIDÃO A NOSSA SENHORA-Parte 1

São Luís Maria Grignion de Montfort

Prof. Pedro Maria da Cruz
 

“Escravidão”? Que absurdo!

Prezados leitores, o que propomos aqui é uma simples reflexão de base, incipiente, e sem maiores desdobramentos, para preparar a mente e o coração de pessoas com preconceitos infundados predispondo-as a maiores esclarecimentos. Com efeito, se não respondermos a certas interrogações que servem “de alicerce” e vagueiam aqui e acolá na mente de algumas pessoas, jamais poderemos levantar nelas com solidez o restante do edifício especulativo.

As questões aqui apresentadas poderão parecer sem importância para católicos que partem do pressuposto de que elas sejam evidentes em si mesmas; porém, outros, feridos pela ignorância e pelo ensino heterodoxo que receberam, as terão como de grande relevância. Firmemos as bases primeiríssimas de determinado aspecto da busca pelo conhecimento e construamos a posteriori com solidez e beleza o restante do edifício.

 

“Escravidão” na Bíblia
 “Cristo assumiu a condição de escravo.” (Fil. 2,7)

É comum vermos filhos da Igreja confusos perante críticas levantadas por determinadas pessoas acerca da “Escravidão a Nossa Senhora” proposta por São Luiz Maria Grignion de Montfort. Alguns chegam mesmo a evitar essa expressão por medo de ao dizê-la estarem indo contra o Evangelho e com isso cometerem um grande pecado. Afinal – comentam – a Bíblia parece desabonar essa prática. Com efeito, está escrito:

1) “É para sermos livres que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos sujeiteis de novo ao jugo da escravidão.” (Gal.5,1)

2)  “Alguém pagou o preço de vosso resgate, não vos torneis escravos dos homens”. (I Cor. 7,23)

3)  Não recebeste espírito de escravidão.” (Rom. 8,15)

4)  Já não és mais escravo, mas filho.” (Gal. 4,7)

Entre outros textos...

Porém, interroguemo-nos:

Que escravidão é condenada nesses textos? A Sagrada Escritura critica todo e qualquer tipo de escravidão? Tomemos cuidado com algumas generalizações. Algumas...

Por exemplo, na mesma Bíblia em que se encontram aqueles versículos supracitados podemos ler também:

1)  Escravos, obedecei aos vossos senhores desse mundo com temor e tremor.” (Efe. 6,6)

2)  Quem era livre por ocasião do chamado de Deus fez-se escravo de Jesus Cristo.” (I Cor. 7,22)

3)    “Cristo assumiu a condição de escravo.” (Fil. 2,7)

4)  “Libertados do pecado e feitos escravos de Deus, produzis os frutos que conduzem à santificação” (Rm. 6,22).

Vemos aqui algo extremamente interessante: saímos de uma escravidão para cair em outra com arroubos de felicidade... Ora, é fato que Cristo nos libertou da escravidão da morte (Heb. 2,15); todavia, isso não significa que não possamos ser escravos sob outros aspectos mais sublimes, espirituais, como as cartas apostólicas nos sugerem.

Observe-se que tratamos aqui de uma escravidão que significa total submissão espiritual àquele que possui poder absoluto sobre todas as coisas e do qual temos a mais completa necessidade em todos os aspectos. Exprimimos o que é espiritual em termos espirituais (Cor. 2,13). Tomamos textos que podem ser lidos numa perspectiva puramente histórica e o saboreamos em seu claro sentido místico; como, alias, é de praxe ocorrer na história eclesiástica.



Virgem do Bom Conselho, rogai por nós!



Maria Sempre!



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