Se não
houvesse o Sol, que seria da Terra? Oh! Tudo seria trevas, horror, esterilidade
e desolação.
E se o Mundo não tivesse a Santa
Missa, que seria de nós? Infelizes! Ficaríamos privados de todos os bens sobrecarregados
de todos os males. Estaríamos expostos a todos os raios da cólera de Deus.
Alguns há que se admiram, e acham
que, de certo modo Deus mudou a sua maneira de governar. Antigamente Ele se nomeava
de Deus dos exércitos, e falava ao povo do meio das nuvens, manejando o trovão;
e de fato, era com todo o rigor da justiça que castigava os pecados. Por um
único adultério, mandou passar a fio de espada vinte e cinco mil homens da tribo
de Benjamim. (Juiz 20,46).
Por um leve pecado de orgulho de
Davi em computar o povo, enviou Ele uma peste tão terrível que, em poucas horas
pereceram setenta mil pessoas (II Sam.
24,15).
Por um só olhar curioso e
desrespeitoso dos betsamitas, fez que cinqüenta mil deles perecessem. (I Sam. 6, 19).
E agora
suporta, com paciência, não só vaidades e irreverências, mas adultérios, os
mais vergonhosos, escândalos gravíssimos, e tantas blasfêmias horríveis que
muitos cristãos vomitam contra Seu Nome Santíssimo.
Porque assim acontece? Por que
tão grande mudança de conduta? Serão as ingratidões dos homens mais escusáveis hoje
do que outrora? Bem ao contrário, são muito mais culpáveis, já que os imensos
benefícios de Deus se multiplicam cada dia.
A verdadeira razão desta
clemência espantosa é a Santa Missa, pela qual esta grande Vítima, que se chama
Jesus, se oferece ao Eterno Pai. Eis aí o sol da Santa Igreja que dissipa as
nuvens e torna sereno o céu.
Eis aí o arco-íris que detém os
raios da Divina Justiça. Creio para mim que, não fosse a Santa Missa, o Mundo
estaria já no abismo, incapaz de suportar o imenso fardo de suas iniqüidades.
A Santa Missa
é o poderoso sustentáculo que lhe permite subsistir.
Pe. Henrique Munaiz, SJ. Celebração no Rito Tridentino |
Concluí, de
tudo isto, quanto este divino Sacrifício é necessário; assim então, sabei aproveitá-lo
o máximo que for possível.
Para isto, quando participamos da
Santa Missa, devemos imitar Afonso de Albuquerque. Achando-se, com sua frota,
em perigo de naufragar numa horrível tempestade, teve uma inspiração: tomou nos
braços uma criança que viajava em sua nau, e, elevando-a ao alto, exclamou: “Se
todos somos pecadores, esta criaturinha é certamente sem mácula, Ah! Senhor por
amor deste inocente compadecei-vos dos culpados!” Acreditareis? A vista dessa
criança inocente agradou tanto a Deus, que Ele acalmou o mar e devolveu a
alegria àqueles infelizes, gelados já pelo terror da morte certa.
Ora, qual
pensais seja a atitude do Eterno Pai, quando o sacerdote, levantando a Santa Hóstia,
lhe apresenta o Divino Filho? Ah! Seu amor não pode resistir à vista do
inocente Jesus; Ele se sente forçado a acalmar nossas tormentas, e acudir a
todas as nossas necessidades. Sem esta santa vítima, portanto, sem Jesus
sacrificado por nós, primeiro sobre a Cruz, e todos os dias sobre nossos
altares, estaríamos perdidos, e poderia cada um dizer a seu companheiro: “Até à
vista no inferno! Sim, sim, no inferno, no inferno! Até à vista no inferno!”
Mas, com este tesouro da Santa
Missa a nosso alcance, nossa esperança renasce; e se não opusermos obstáculos,
teremos assegurado o Paraíso.
Deveríamos,
portanto, beijar nossos altares, perfumá-los de incenso, e sobretudo honrá-los
com nosso máximo respeito, pois que deles nos vêm tantos bens.
Juntai as mãos
e agradecei a Deus Pai que nos deu o mandamento tão doce de oferecer-Lhe muitas
vezes a Vítima celeste. Agradecei-Lhe, sobretudo, pelo imenso proveito que dela
recebeis, se sois fiel não somente em oferecê-la, mas de fazê-lo para os fins a
que nos foi concedido este dom tão precioso.[...]
Ó Virgem Maria, Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, glória do povo cristão, alegria da Igreja Universal e salvação do Mundo, rogai por nós e despertai em todos os fiéis a devoção à Santíssima Eucaristia, para que se tornem dignos de comungar todos os dias. Amém . 3 Ave marias...
Fonte: Livro: As Excelências da Santa Missa - Frei Leonardo de Porto-Maurício
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