domingo, 16 de dezembro de 2012

UMA VANGUARDA TRADICIONALISTA

Uma esperança na Igreja Católica pós CVII.
Tradução e link : Fratres in Unum.com

Desde o Concílio Vaticano II, em 1962, a Igreja Católica Romana se esforçou em se adaptar ao mundo moderno. Mas no Ocidente – onde muitos esperavam que uma mensagem contemporânea caísse melhor – os fiéis abandonaram a Igreja em massa. A assistência das missas dominicais na Inglaterra e País de Gales caiu para a metade dos 1,8 milhões registrados em 1960; a idade média dos paroquianos subiu dos 37, em 1980, para os 52 anos atualmente. Nos Estados Unidos, a assistência caiu mais de um terço desde 1960. Menos de 5% dos católicos franceses assistem à missa regularmente, e na Itália são apenas 15%. Contudo, enquanto a corrente principal agoniza, os tradicionalistas crescem.

Pegue a Missa em Latim, trocada pelo Vaticano em 1962 por liturgias em línguas vernáculas. Em sua forma mais tradicional, o padre consagra o pão e o vinho com sussurros de costas para o povo: anátema para aqueles que pensam que a abertura é o espírito da época. Mas o Padre John Zuhlsdorf, um padre blogueiro americano, afirma que ela desafia os fiéis, ao contrário do confortável liberalismo das liturgias ordinárias.

“Não é só uma reunião escolar”, diz ele.
Outros compartilham do seu entusiasmo. A Latin Mass Society da Inglaterra e País de Gales, iniciada em 1965, agora tem mais de 5 mil membros. O número de missas em latim semanais subiu de 26, em 2007, para atuais 157. Nos Estados Unidos subiu de 60, em 1991, para 420. No Oratório de Brompton, um dos points do tradicionalismo de Londres, 440 pessoas se reúnem para a missa em latim dominical. O número é duas vezes maior do que o das principais igrejas da Inglaterra. As mulheres usam véus. Homens vestem tweed.
Mas este não é um lugar careta: os fiéis são jovens e internacionais. Como os cristãos evangélicos, o catolicismo tradicional está atraindo pessoas que sequer tinham nascido na época em que o Vaticano II tentou rejuvenescer a igreja. Os grupos tradicionalistas têm membros em 34 países, incluindo Hong Kong, África do Sul e Bielorússia. Juventutem, um movimento para jovens católicos que gostam dos velhos costumes, ostenta grupos de ativistas em dezenas de países. Os tradicionalistas usam blogs, websites e redes sociais para difundir a palavra – e para destacar dioceses e administradores de igrejas recalcitrantes e liberais, que por muito tempo viram os “latinistas” como uma minoria auto-complacente, anacrônica e afetada. Na Colômbia, 500 pessoas que queriam a missa tradicional tiveram que usar um salão (posteriormente eles encontraram uma igreja).

Uma grande guinada veio em 2007, quando o Papa Bento XVI formalmente endossou o uso do antigo rito da missa em latim. Até então, uma inclinação para a liturgia tradicional poderia arruinar a carreira de um padre. A causa também recebeu novo vigor do Ordinariato, um agrupamento patrocinado pelo Vaticano para ex-anglicanos. Dúzias de padres anglicanos “cruzaram o Tibre” da ultra ritualista “smells and bells” [ndr: “cheiros e sinos”, tradução literal] ala da “alta igreja” anglicana; eles encontraram uma pronta acolhida entre os católicos romanos tradicionalistas.

O retorno do rito antigo causa uma consternação silenciosa entre os católicos mais modernos. Timothy Radcliffe, outrora superior dos dominicais da Inglaterra, vê nisso “uma espécie de nostalgia de ‘Memórias de Brideshead’”. O renascimento tradicionalista, acredita ele, é uma reação contra o “liberalismo da moda” de sua geração. Algumas oscilações no pêndulo podem ser inevitáveis. Mas para uma igreja nos países do ocidente assaltada por escândalos e declínios, o surgimento de uma vanguarda tradicionalista é preocupante. Trata-se meramente de um afloramento de excentricidade, ou de um sinal de que a igreja tomou um caminho errado há 50 anos?


MARIA SEMPRE!


2 comentários:

Elias, O Profeta disse...

Gostei muito do texto que, reflete muito a minha alegria de ver a missa tradicional voltando para a Igreja após anos de exílio e perseguições. Fui muito perseguido por defender o retorno ao autêntico catolicismo.

Um forte abraço e feliz 2013!

Anônimo disse...

Muito obrigado por sua colocação Elias! Méritos ao autor e tradutor do texto.
Continue conosco, rezemos pelo clero e por toda a Igreja.

Ed. Escritos Católicos