quinta-feira, 11 de março de 2010

Missa Tridentina: Por que ainda estás oculta?

Missa Tridentina em Montes Claros - MG


Por  Pabhlo A. A. Oliveira

Caríssimos, no dia 14/02/2010, tive a graça de assistir a uma Santa Missa no rito Tridentino. Para quem não sabe, o Rito Tridentino - ou Missa de São Pio V - leva este nome por ter sido promulgada pelo Santo Padre em 05/12/1570, em face das recomendações propostas pelo Concílio de Trento, por isso o nome Tridentina. Nessa oportunidade única, pude constatar a beleza e a profundidade da Santa Missa celebrada em tal rito.

Ao chegar, deparei-me com mulheres e crianças cobertas com véus belos. Quanto respeito! O silêncio naquela pequena capela era gritante... a atenção se voltava tão somente para o altar! O sacerdote, com belíssimas vestes, quase que entronizava em nossos corações o sentido sacrifical da missa... suas orações quase imperceptíveis demonstravam que  verdadeiramente não havia mais padre e sim o CRISTO... o genuflexório (objeto quase extinto) na hora da comunhão, juntamente com a patena, só demonstravam a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento. E as orações em latim só demonstravam a universalidade da Santa Missa. Sem sombras de dúvida, foi visível a atualização do sacrifício. Quanta beleza!

“Em seu semblante, a majestade e a beleza".[1]
Guardei cada momento daquela Santa Missa na memória, pois não sabia quando teria mais a oportunidade de assistir a tão sublime rito. Isso porque a Missa Tridentina foi esquecida. Apagada como se a Igreja Católica tivesse se iniciado somente após o Concílio Vaticano II. Muitos se esquecem de que a Igreja Católica cresceu na Europa graças à beleza das imagens, dos vitrais, das catedrais, mas acima de tudo da Santa Missa. Os povos pagãos se sentiam atraídos por uma força silenciosa que os vivificava.

Um fato histórico interessante foi o ocorrido quando da primeira Missa celebrada no Brasil, por Frei Henrique de Coimbra, em Porto Seguro [2]: "os curiosos indígenas se aproximavam do altar e contemplavam aqueles estranhos homens se humilhando em frente a uma cruz. Quando um segundo grupo de índios se aproximou do local, o seu líder questionou o que era aquilo, o chefe do primeiro bando, prontamente, apontou para o céu e apontou para a terra, expondo com perfeição o caráter vertical da Missa: a ligação do homem com Deus."

É por isso que a minha razão não consegue entender uma pergunta: por que a Missa Tridentina ainda está oculta? Por que bispos, padres e leigos ainda franzem a testa ao ouvir falar da Missa Tridentina?

Rezemos para que neste ano sacerdotal mais sacerdotes celebrem a Santa Missa nesse sublime rito! Que São Pio V rogue por nós!


MARIA SEMPRE!

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Referências:

[1] 1 Crônicas 16,27.

[2] A pobreza e beleza na santa missa. Disponível em: https://www.veritatis.com.br/a-pobreza-e-beleza-na-santa-missa. Acesso em: 11/03/2010.

13 comentários:

Paulinho disse...

Gostei muito do que escrevestes, Paulo. Muito mesmo! Mas é importante que eu diga aqui, que o própio Tolkien disse que em suas obras não existe nenhuma espécie de alegoria ao cristianismo, catolicismo ou mesmo a Deus. Ele apenas escreveu uma história. Mas, como tudo, podemos tirar nossas próprias conclusões. E concordo plenamente com tudo o que disse em seu artigo. É que alguns confundem o que o autor escreve e, como fã de autor e dos livros, vejo-me como numa espécie de obrigação de dizer o que ele pensava. Deus abençoe o novo blog. Está muito bom! A.M.D.G

Anônimo disse...

Não, ele não disse isso. Ele falou que, quando escreveu, não pretendeu fazer alegoria ao cristianismo. E também falou que, depois, analisando as obras, encontrou as analogias, concluindo que nisso houve um mistério.

P. C. Oliveira disse...

Ok,

Obrigado pelos comentários. Só um detalhe: a janela dos comentários do artigo sobre O Senhor dos Anéis fica abaixo do texto.

P.C. Oliveira.

kiko disse...

"Missa Tridentina: Por que ainda estás oculta?"

Também me faço essa pergunta. Espero que não por muito tempo.

Parabéns ao autor. Belo testemunho!

Rian disse...

Que Bom! Espero que as pessoas possam viver cada vez mais a favor do rito antigo!

Samuel G. disse...

Também tô nessa:Missa Tridentina ainda está oculta? Por que Bispos, Padres e leigos ainda franzem a testa ao ouvir falar da Missa Tridentina?
Rezemos para que neste ano Sacerdotal, mais sacerdotes celebrem a Santa Missa neste sublime rito! Que São Pio V rogue por nós!

Publio disse...

Muito bom meso. Tomara que os bispos leiam isso.

Darlam disse...

O artigo esta otimo. Parabéns pablo.
Agora o blog esta bm mesmo, gostei muito da forma que vocs deixaram ele.

Anônimo disse...

Gente! Oculta?
Missa Trindendina é mais importante do que a Missa nova?
Na Missa Trindentina, O Corpo de Cristo tem mais sabor do que na Missa nova?
Qual o mais importante, Jesus que se faz presente na Eucaristia tanto na Missa nova quanto na antiga, ou o Rito?
Se for Jesus o mais importante o resto é enfeite.

Fé Católica disse...

Caro leitor, a piedade em celebrar a missa remete os fieis a uma profunda interiorização e identificação com o mistério do sacrificio de Cristo. Por isso a importância em se celebrar com dignidade a Santa Missa. O Senhor Jesus, não se fará mais ou menos presente na Missa, de acordo com o rito com que se celebra. Para lhe esclarecer ainda mais sobre seu comentário,e para que possas compreender melhor o porque do tal parecer do autor, peço gentilmente que leia o artigo da qual lhe passarei o link: http://sociedadeapostolado.blogspot.com/2011/01/d-rifan-diversidade-liturgica.html

Anônimo disse...

A caso a Missa Nova não pode ser celebrada com profunda interiorização e identificação com o mistério do Sacrifício de Cristo? A Missa nova não é celebrada salve alguns casos com dignidade? E independente da falta de postura e do relativismo de certos sacerdotes, Nosso Senhor se faz presente na consagração. independente da piedade ou não do sacerdote que celebra. Portanto irmão o centro da celebração é Jesus e sua Palavra e todos nos que por Ele com Ele e Nele nos unimos. Não desprezo a Missa antiga, mas que se valorize a ambas e que se fale neste blogger também da beleza da Missa Nova. Que os erros de alguns servos amados de Deus não suje a beleza da Santa Missa, seja ela Trindentina ou não. Não irei buscar respostas em outro blogger porque perguntei foi aqui e se possível quero a respostas aqui.

Fé Católica disse...

Caro Irmão Anônimo, primeiro agradeço pela sua insistência em saber a verdade. Isso mostra um desejo profundo de amar a Cristo e sua Missa.
Voltando a nossa conversa, gostaria de me reinterar junto a minha fala anterior dizendo que em momento algum desvalorizamos a Santa Missa, seja qual for o rito a ser celebrada, uma vez que fora promulgado pela voz da Igreja, em seu Magistério vivo, e pela pessoa do Santo Padre. O que gostariamos mesmo de pontuar é as belas particularidades próprias do rito Tridentino, assim como têm também as particularidades próprias do Novo Rito de Paulo VI.
O que intriga a nós fiéis é o simples fato de muitos sacerdotes não gostarem de celebrar no Rito Tridentino, ora, ele é válido tal como é o Rito Novo.
Se não devemos ter indiferença com o rito novo, não devemos ter também como o rito antigo.
Caro leitor, sinta-se completamente a vontade para pontuar seu ponto de vista. Afinal é assim que ajudamos e somos ajudados nessa caminhada. Digo que postaremos em breve um artigo salientando as belezas próprias do RIto de Paulo VI, celebrado piedosamente e belamente.
E Para concluir, faço minhas as palavras de Dom Rifam:

“Quem considerasse a Nova Missa, em si mesma, como inválida, sacrílega, heterodoxa ou não católica, pecaminosa e, portanto, ilegítima, deveria tirar as lógicas conseqüências teológicas dessa posição e aplica-la ao Papa e a todo o Episcopado residente no mundo, isto é, a toda a Igreja docente: ou seja, sustentar que a Igreja oficialmente tenha promulgado, conserve a décadas e ofereça todos os dias a Deus um culto ilegítimo e pecaminoso – proposição reprovada pelo Magistério – e que, portanto, as portas do Inferno tenham prevalecido contra ela, o que seria uma heresia. Ou então estaria adotando o princípio sectário de que só ele e os que pensam como ele são a Igreja e que fora deles não há salvação, o que seria outra heresia. Essas posições não podem ser aceitas por um católico, nem na teoria nem na prática.

Fique, portanto, bem claro, por tudo quanto aqui estamos ensinando, que, embora tenhamos como rito próprio da nossa Administração Apostólica a Missa no rito romano tradicional, uma participação de algum fiel ou uma concelebração de algum dos nossos sacerdotes ou de seu Bispo, em uma Missa num rito promulgado oficialmente pela hierarquia da Igreja, por ela determinado como legítimo e por ela adotado, como é a Missa celebrada no Rito Romano atual, não pode ser considerada como sendo algo de mau nem passível da menor crítica. Nem isso significa a perda da nossa identidade litúrgica, mas sim uma ocasional e oportuna demonstração de comunhão com os Bispos, sacerdotes e fiéis, apesar da diferença de rito.

Não se pode negar o fato objetivo de que hoje o rito de Paulo VI é o Rito oficial da Igreja latina, celebrado pelo papa e por todo o Episcopado Católico. Ninguém pode ser católico se mantendo numa atitude de recusa de comunhão com o papa e com o Episcopado Católico. De fato, a Igreja define como cismático aquele que recusa se submeter ao Romano Pontífice ou se manter em comunhão cós os outros membros da Igreja a ele sujeitos (Cânom 751). Ora, se recusar continua e explicitamente a participar de toda e qualquer Missa no rito celebrado pelo Papa e por todos os Bispos da Igreja, pela razão de julgar esse rito, em si mesmo, incompatível com a Fé ou pecaminoso, representa uma recusa formal de comunhão com o papa e com o Episcopado católico

Referência Bibliográfica:

Orientação Pastoral. O Magistério Vivo da Igreja. Dom Fernando Arêas Rifan. Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. Pg.: 28-37

Anônimo disse...

oi amigos, em João Pessoa-PB a um padre que celebra missas no rito tridentino,maiores informações visite o blog;ong mãos que trabalham.
paz.