Apresentamos abaixo mais uma edição do "Informativo SSVM". Essa produção visa divulgar alguns dos diversos trabalhos e projetos de apostolado da Sociedade da Santíssima Virgem Maria - SSVM e também chamar a atenção das pessoas para o bem que podemos fazer quando temos como finalidade a salvação das almas e a Glória de Deus. O informativo é periodicamente enviado aos domicílios dos amigos e benfeitores da SSVM. E é agora disponibilizado a todos neste espaço. Para melhor visualização, clique nas imagens até obter o tamanho ideal. Boa Leitura!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
COMPÊNDIO "VINDE A MIM TODOS" (versão digital)
Neste dia 29 de dezembro, nascimento para o Céu da Ir. Josefa Menéndez, este blog disponibiliza gratuitamente para seus leitores o download do arquivo do Compêndio "Vinde a Mim Todos"- Resumo da obra "Apelo ao Amor" de autoria da referida religiosa.
"Apelo ao Amor" é o livro das revelações do Coração de Jesus à Irmã Josefa Menéndez, religiosa da Sociedade do Sagrado Coração de Jesus.Com aprovação eclesiástica de Pio XII, a obra é repleta de terníssimas mensagens do Coração de Cristo, convidando toda a humanidade a se entregar aos seus apelos de conversão e confiança na divina misericórdia.
A versão impressa ainda se encontra disponível, e caso queira adquirir basta entrar em contato conosco: catolicafidei@gmail.com.
A versão impressa ainda se encontra disponível, e caso queira adquirir basta entrar em contato conosco: catolicafidei@gmail.com.
MARIA SEMPRE!
domingo, 25 de dezembro de 2016
ENTRE JARDINS E GRUTAS SOMBRIAS
Um rei extraordinário em seu trono de marfim revestido de ouro fino,[i]cercado por milhares de cavaleiros, servido em taças do mais nobre metal! Um dominador supremo resguardado em seu palácio de cedro e cipreste maravilhosamente combinado com o mais límpido cristal! Banquetes, festas, cânticos ... Assim imaginavam - iludidos em sua ignorância e orgulho - muitos daqueles que aguardavam o “Rei dos Judeus”[ii].
Entretanto, quão impenetráveis são os juízos do Altíssimo e inexploráveis os Seus caminhos. Quem pode compreender os pensamentos de Deus?![iii] Indo à procura do Salvador, chamado, mesmo por anjos, “Senhor”[iv], o que encontraram os pastores? Maria, José e um menino deitado num cocho onde serviam comida aos animais[v].
Que Mistério desconcertante! Uma criança pobre, envolta em faixas numa gruta escura e suja, rodeada por animais, velada pelo olhar virginal da mãe - mas, que mãe!- e protegida pela virtude do pai – e, que pai! - tão justo e casto! “O mistério por seu próprio segredo desperta veneração.”[vi]
O filho eterno descera dos céus e deste não sentira saudades, pois sua Mãe, com sublimes encantos, compensava esplendores celestiais[vii]. Em Maria, aquela virgindade, pureza e graça sobrenaturais propagavam uma luz tão radiosa e imponderável, que somente Nosso Senhor era capaz de abarcá-la em sua totalidade. Ela era aos seus olhos, e numa medida só a Ele perceptível, seu amor, como também, seu jardim de delícias toda bela e graciosa[viii].
Temos ante os olhos duas realidades tão verdadeiras quanto paradoxais: uma exterior e natural, ao alcance de todo e qualquer observador; outra, por sua vez, interior e mística, da qual são capazes somente os que têm um coração dilatado pela graça. O olhar superficial pararia nas chamadas injustiças, mesquinharias, loucuras e fracassos de Belém. Todavia, aos olhares profundos e místicos, descortina-se imenso oceano de infinitas torrentes da sabedoria divina. Ali se encontram esplendor, grandeza e glória: realidades espirituais secretamente veladas.
Este é um dos caminhos da Providência! Esconder pérolas preciosas em campos desvalorizados, a fim de que somente os puros e mais ousados possam encontrá-las: oculta em fatos, à primeira vista ordinários, verdadeiros tesouros jamais concebíveis em toda sua riqueza.
De fato, é exatamente assim que se dá nas coisas de Deus: entrando, pelas brechas da vida, nos mais recônditos cantos da alma humana, acende ali um lume de verdade! Talvez para aquecer-se em um lugar mórbido e sombrio, ausente da graça... E vai, pouco a pouco, fixando aqui e acolá pequenas tochas de virtudes nos corredores escuros, secretamente interiores, inacessíveis aos outros mortais. Objetiva fazer com que o deserto de infelicidade ceda lugar a um vergel estupendo, povoado de maravilhas.
O homem, mesmo em pecado, é sempre “desejo”. Perante a realidade mística que atua em sua alma, torna-se lhe impossível a total indiferença. Ainda que ao final da vida opte pelo absurdo de negar o Deus que o buscava em sua alma, jamais poderá negar esta realidade não poucas vezes lancinante. Neste misterioso processo de buscas e encontros entre Deus e o homem a novidade está sempre presente: sim, o Pai Celeste a todo tempo surpreende a alma humana. Isso para não ocorrer que “saciado o apetite, calce aos pés o favo de mel.”[ix]Desejando e saciando-se ininterruptamente o homem é sempre busca e gozo num Deus imenso. Aqueles que se deixam seduzir pelos encantos divinos, muitas vezes, sem o perceber, alcançam a graça de uma oração constante, como referida por São Paulo em uma de suas cartas.[x] Esta verdade não poderia passar despercebida ao Santo Bispo de Hipona (354-430) que em sua vida de mortificações e penitências escrevera “O teu próprio desejo é a tua Oração: e o contínuo desejo é uma constante oração.”[xi]
Voltemos, entretanto, ao foco inicial de nossa reflexão. Após havermos rapidamente percebido a confusão dos que encontraram a sagrada família em Belém, a sublime realidade escondida por detrás da pobreza que envolveu a vinda do Messias, e cogitado, mesmo que modestamente, sobre o mistério da ação Divina, detenhamo-nos num ponto de particular luminosidade, antes de encerrarmos nossa singela meditação.
Por que quis o rei dos reis nascer exatamente num estábulo, numa gruta? Por quê? “Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos”.[xii] Nos abismos da sabedoria divina, quanto mais se lançam os homens mais profundos eles ficam. Poderia o Pai Celestial haver preparado ao Seu filho unigênito ao menos uma casa minúscula, humilde? Sim! Poderia; mas, não o fez. À gruta sombria, marcada pela feiura, caberia prefigurar mui acertadamente as almas as quais o menino Deus fora enviado. A gruta suja, fétida, desconfortável, em meio à noite, povoada de animais... eis uma imagem gritante da alma humana decaída após o Pecado Original. Ei-la prefigurada aí, agravada por tantas faltas cotidianas e povoada por vícios, traumas, angústias e tantos outros sofrimentos. Ali quis encontrar abrigo o Salvador, porque, de fato, são os doentes que necessitam do médico.[xiii]
A Virgem Maria distinguia-se entre os seres humanos qual lírio de pureza entre os espinhos.[xiv] Por isso, torna-se compreensível que o Verbo Encarnado viesse primeiramente a ela em seu seio castíssimo. Cumpria-se assim de algum modo a justiça. [xv] Enterrava, deste modo, o antigo ato adâmico que colhera o fruto da desobediência daquela que era o extremo oposto da Virgem Mãe de Deus. Pudemos vislumbrar assim algo do que intentara o Divino Redentor antes mesmo de vir às grutas fétidas e infrutíferas das almas restantes.
Não exageramos neste texto o triste estado das criaturas que jazem no pecado. Santa Teresa D’ávila (1515-1582) escrevera no mesmo sentido: “Não há trevas mais densas, nem coisa mais escura e negra: a tudo excede a sua escuridão”[xvi]. A Mãe de Deus era toda de seu filho e Ele todo dela! Naquela alma, qual jardim, Ele apascentava entre lírios... Enquanto isso, nas grutas brumosas de nossas almas pecadoras Ele deve lutar contra os animais indômitos de nossos vícios e más inclinações. Portanto, repitamos sem receios: a gruta de Belém é, nesta perspectiva, a prefiguração das almas pecadoras que, apesar de suas limitações, abrem-se gradativamente ao Verbo Encarnado que nos vem pelas mãos maternais de Maria Santíssima.
Há nestas moradas interiores, graças ocultas; graças que germinam quase que imperceptivelmente, mas que ali estão, serpenteando, predispondo seu hospedeiro ao lance súbito do amor divino. É bem verdade, o Senhor abusa de nossa ingenuidade, seduzindo-nos. Usa de força para conosco, dominando-nos. É realmente uma luta desigual...[xvii]
Ao reler o que escrevemos acima, parece-nos ouvir uma oração silenciosa da rainha celeste após seu “Fiat”. Perante ela, absorto em profunda veneração, encontra-se o anjo Gabriel, humildemente ajoelhado a reconhecer a grandeza daquela cujo excelso esplendor arrebata os próprios seres angelicais. Então, no silêncio de sua alma, a Virgem dá-nos a sublime impressão de exalar estas palavras: “Entre em Seu jardim meu bem amado; prove-lhe os frutos deliciosos.”[xviii]
Finalmente, peçamos a Nosso Senhor que nos seja possível, ao menos neste Natal, à imagem de sua Mãe, apresentarmo-nos quais jardins lacrados, com frutos e flores de virtudes; a fim de que possa dizer-se de nós ao menos sob algum aspecto o que fora escrito pelo Divino Espírito nas Sagradas Escrituras:
“És um Jardim fechado (...) uma fonte selada. (...) És a fonte de meu jardim, uma fonte de água viva, um riacho que corre do Líbano. Levanta-te, vento do norte, vem tu, vento do sul. Sopra no meu Jardim para que se espalhem os meus perfumes. (...) Entro no meu jardim (...) colho a minha mirra e o meu bálsamo, como o meu favo com o meu mel, e bebo o meu vinho com o meu leite. (...) O meu bem amado desceu aos canteiros perfumados, para apascentar em meu jardim e colher os lírios. (...) Ó tu que habitas nos jardins, faze-me ouvir a tua voz.” [xix]
Cremos haver nos estendido por demais nesta reflexão. No entanto, ao depararmos com o tema do Natal é quase impossível não nos encantarmos com tantos e tantos pontos de reflexão que pululam ante nossos olhos. Fixemo-nos portanto num último ponto final, o
mais importante: o divino infante deitado em sua manjedoura: Oh, Senhor! Meu céu, meu tudo! Tens sono? Sim, bem sei que tens... Estás cansado. Dorme em paz, dorme enquanto velo com a Virgem teu sono. Descansa de tantos crimes, tantas ofensas, que povoam o mundo. Tu que foste tão agravado, humilhado, esquecido, desprezado. Ninguém faz caso de tuas palavras, das tantas chagas que te cobrem o corpo crucificado. É com dor que reconheço: sois um Rei abandonado... Dorme meu Senhor, dorme meu menino, dorme. Ao menos neste natal, dorme! Mãe - digo-o baixinho, quase sussurrando - enquanto acaricias a fronte perfumada de teu Filho: peça por nós. Temos medo Senhora. Enquanto Ele dorme o mar está revolto. Seguramos dum lado, ferimo-nos de outro, as ondas avançam impiedosas sobre nós. Ai meu Deus! Oh, meu amor! Os homens nos abandonaram também. E quantos caem...quantos! Sorrindo enquanto afogam... É gritando, entre soluços e lágrimas, que suplico: Salva-nos!!! Salva-nos enquanto dormes ...
mais importante: o divino infante deitado em sua manjedoura: Oh, Senhor! Meu céu, meu tudo! Tens sono? Sim, bem sei que tens... Estás cansado. Dorme em paz, dorme enquanto velo com a Virgem teu sono. Descansa de tantos crimes, tantas ofensas, que povoam o mundo. Tu que foste tão agravado, humilhado, esquecido, desprezado. Ninguém faz caso de tuas palavras, das tantas chagas que te cobrem o corpo crucificado. É com dor que reconheço: sois um Rei abandonado... Dorme meu Senhor, dorme meu menino, dorme. Ao menos neste natal, dorme! Mãe - digo-o baixinho, quase sussurrando - enquanto acaricias a fronte perfumada de teu Filho: peça por nós. Temos medo Senhora. Enquanto Ele dorme o mar está revolto. Seguramos dum lado, ferimo-nos de outro, as ondas avançam impiedosas sobre nós. Ai meu Deus! Oh, meu amor! Os homens nos abandonaram também. E quantos caem...quantos! Sorrindo enquanto afogam... É gritando, entre soluços e lágrimas, que suplico: Salva-nos!!! Salva-nos enquanto dormes ...
“...Jesús dormía, como de costumbre.(...) Tal vez no se despierte hasta mi gran retiro de la eternidad; pero esto, en lugar de entristecerme, me causa un contento grándísimo...”[xx] (Santa Teresinha de Lisieux).
MARIA SEMPRE!
[i] 1Reis
10,18
[ii] Mateus
2,2
[iii] Romanos 11,33-34
[iv] Lucas
2,11
[v] Lucas
2,16
[vi] GRACIAM,Baltasar.A
arte da prudência.Trad. Davina Moscoso de Araujo.Coleção Auto- Estima. Rio de
Janeiro, Sextante, 2006,93p
[vii] Afirmação
em sentido poético utilizada por Michel Quoist para mostrar a grandeza da
Virgem Maria: QUOIST, M. Poemas para rezar. trad. Lucas Moreira Alvez.25
Edição. São Paulo , Livraria Duas Cidades, 1970 206 p.
[viii]
Cântico dos cânticos 7,7
[ix] Provérbios
27,7
[x] 1Tessalonicenses
5,17. “ Orai sem cessar.”
[xi] João
Paulo II. Carta Apostólica sobre Santo Agostinho de Hipona. Documentos
pontifícios. N.210.Petrópolis, Vozes, 1986.pg.37
[xii] Sabedoria
9,16
[xiii]
Mateus 9,12
[xiv] Cântico
dos cânticos 2,2
[xv] Cântico
dos cânticos 6,2
[xvi] DE
JESUS, Santa Teresa. Castelo interior ou Moradas. Trad. Carmelitas descalças do
convento Santa Teresa. 3 Edição. Edições Paulinas, Rio de Janeiro,1984,pg.26
[xvii]
Jeremias 20,7
[xviii]
Cântico dos Cânticos 4,16
[xix] Trechos
do livro Cânticos dos cânticos retirados dos capítulos IV – VIII. Santo
Ambrósio de Milão, falando sobre este livro Bíblico escrevera: “Queres aplicar
isso a Cristo? Nada mais agradável . Queres aplicar à tua alma? Nada mais
doce.” ( Coleção Patrística. Número 5. Ambrósio de Milão. Tradução: Célia
Mariana Franchi Fernandes da Silva. São Paulo, Paulus, 1996;pg .62 )
[xx] LISIEUX,
Teresa de. Historia de un alma, manuscritos autobiográficos. Trad. Setién de
Jesús María O.C.D. Colección Teresita. Segunda edição. Editorial Monte Carmelo,
Burgos, 1978;pg.217
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terça-feira, 13 de dezembro de 2016
COMO TRATAR COM OS SUPERIORES?
“Nunca diga ao Superior, tratando com ele: isto ou aquilo é ou será bom assim; mas diga no condicional, se é ou se será.”
“A experiência, com o tempo, descobre muitas coisas;
e inclusive elas mudam com o tempo.”
Nessa carta Santo Inácio escreve aos Jesuítas sobre o modo de representar aos superiores quando os subordinados achavam ser maior glória de Deus algo diferente do ordenado pelos superiores: tudo em ordem à perfeição da obediência. Poderemos observar como em tudo Inácio de Loyola conduz à humildade, inclusive no modo de os subordinados falar aos Superiores. O santo fundador experimentava desgosto com aqueles que vinham a ele com ideias formadas, sem a devida indiferença. Santo Inácio os chamava de modo aborrecido: “Decretistas”.
MODO DE TRATAR OU NEGOCIAR COM QUALQUER SUPERIOR
(Roma, 29 de Maio de 1555)

- Assim assimiladas e bem pensadas, apresente-as dizendo: estudei este ponto pessoalmente, ou com outros, segundo for o caso; e pensei ou consideramos se seria bom assim ou assim. Nunca diga ao Superior, tratando com ele: isto ou aquilo é ou será bom assim; mas diga no condicional, se é ou se será.
- Uma vez colocadas assim as coisas, caberá ao Superior decidir ou esperar algum tempo para pensá-las, ou remetê-las àquele ou àqueles que as estudaram, ou nomear a outros para que as estudem ou decidam, segundo a coisa for mais ou menos importante ou difícil.
- Se à decisão do Superior ou àquilo que ele disser, replicar algo que lhe parecer bem, uma vez que o superior tornar a dar a sua decisão, não replique mais nem dê outras razões por enquanto.
- Depois que o Superior determinou uma coisa, se aquele que trata com ele sentir ou pensar com algum fundamento que seria melhor outra coisa, embora suspenda o sentir por enquanto, depois de três ou quatro horas ou no dia seguinte pode representar ao Superior se seria bom isto ou aquilo, conservando sempre tal modo de falar e tais palavras que não haja nem pareça haver nenhuma dissenção ou desacordo e calando diante do que for determinado naquela hora.
- Contudo, embora a coisa tenha sido já decidida uma e outra vez, depois de um mês ou mais tempo pode representar de novo o que sentir e achar da ordem dada; porque a experiência, com o tempo, descobre muitas coisas; e inclusive elas mudam com o tempo.
- Além disso, quem trata deve adaptar-se às disposições e qualidades naturais do Superior, falando claro e com voz inteligível e nos momentos oportunos, na medida do possível...” (Suprimimos o restante desta instrução contida na carta de Santo Inácio, pois tratam de normas administrativas sobre correspondência)
FONTE: CARDOSO, Armando. Cartas de Santo Inácio de Loyola. Vol. II. São Paulo: Edições Loyola, 1990; p.137-138
MARIA SEMPRE!
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