terça-feira, 29 de julho de 2014

SOBRE O PRECIOSÍSSIMO SANGUE...


 “Dar-te-ei o meu sangue gota a gota...”
 Cristo à 
Beata Alexandrina de Balasar (1904-1955)

“Meu sangue é verdadeira bebida.” [1]


Prof. Pedro Maria da Cruz


A Igreja Católica exulta no Espírito! Veste-se de festa, transborda de alegria! Ela guarda em seu coração o maior de todos os tesouros; a pérola mais valiosa do universo; a causa de toda satisfação e contentamento; a verdadeira fonte da felicidade: O Santíssimo Sacramento! 


Na Eucaristia possuímos qual presente de amor, o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; Sua alma e divindade verdadeiramente presentes nos altares do mundo inteiro. 

Sim; cada Sacrário, desde o mais suntuoso de alguma magnífica Catedral, até o mais humilde, cada um deles esconde a presença real e sacramentada do Deus único e verdadeiro, criador de todas as coisas; daquele que habita numa luz inacessível, cheio de glória e majestade. Ali, Ele se encontra realmente presente, se bem que velado por detrás das aparências do pão e do vinho transubstanciados, como afirma o Aquinate. 

Santo Tomás, o Aquinate (1225 -1274)
Precisaríamos de infinitas páginas para cantar as glórias da Eucaristia. Entretanto, nem mesmo o gênio de todos os poetas do mundo, bastaria para dizer um mínimo da grandeza desse mistério. Perante ele os anjos se calam... a exemplo da Virgem Maria, todas as criaturas celestes se põem a adorar. Maximum miraculum Christi, afirmara Santo Tomás, o maior milagre do Cristo que se dá como regalo nas Santas Missas do mundo inteiro. Divino banquete de amor! 

Tratamos até este momento do Santíssimo Sacramento em sua generalidade. Todavia, olhemos agora um ponto específico, cheio de luz e suavidade; uma parte do todo pouco apreciada pela maioria dos cristãos: o Divino Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por que teve Nosso Senhor o cuidado de deixar-nos seu Divino Sangue em especifico? Não bastava a presença gloriosa de sua Carne Sacrossanta? Vemos que aqui se esconde um mistério; e talvez possamos nos aventurar um mínimo que seja na luz desse fogo de amor que abrasa nossa inteligência. 

É claro que, sendo o Filho de Deus sapientíssimo e onipotente, poderia ter encontrado mil formas de estar conosco neste mundo; porém, entregando-nos não somente Sua Carne, mas também Seu Sangue Redentor deu-nos a Si mesmo por inteiro. Não negou coisa alguma em sua entrega de amor. Exemplo este a ser seguido por seus discípulos, como já fizera Nossa Senhora: entrega total no cumprimento da vontade divina. 

Ademais, quem negaria que os apaixonados amam a presença em sua fisicidade? Que é a saudade senão certa “permanência” fantasmagórica e lancinante na ausência? Cristo amava demais os homens para não estar fisicamente entre eles. Não bastava a ele ter se consumido na cruz. Ele desejou ser consumido todos os dias na Eucaristia. E ser consumido tão somente em sua carne não era ser consumido em sua totalidade. Portanto, entregou-se em Sua alma e divindade, em Sua carne e em Seu sangue. Loucura de amor! Não pense caro leitor que estamos sozinhos nessa afirmação. Segundo um dos maiores oradores do Brasil no século XVII, Padre Antônio Vieira, o Santíssimo Sacramento era, da parte de Cristo, exatamente o que asseveramos: um contínuo remédio trazido por Ele para curar a dor de Sua ausência.[2]

Grande orador, Pe. Vieira (1608-1697)
Miremos ainda outro aspecto... não é verdade que membros, de facto, de uma mesma família possuem o mesmo sangue? Ora, é vontade do Pai Celeste fazer-nos participes de Sua vida divina[3]; membros de Sua família[4]; por isso, afirma o mesmo Padre Vieira em outro sermão realizado em 1662: Cristo deu-nos Seu sangue para nos enobrecer; com efeito, “depois que comungamos somos sangue de Deus”.[5]

Aqui o motivo, dentre tantos - muitos desses escondidos em Deus - de Nosso Senhor haver deixado entre nós o Seu Divino Sangue. Observemos que é grande sua insistência para com a necessidade de termos acesso a ele. Basta-nos recordar a gravidade de Suas palavras no Evangelho: “Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no ultimo dia” [6].Ou seja, foi da vontade de Deus relacionar nossa eterna salvação ao Divino Sangue Redentor. É o que repetimos piedosamente na Ladainha do Preciosíssimo Sangue: Sanguis Christi, pignus vitae aeternae, Salva nos, “Sangue de Cristo, penhor de vida eterna, salvai-nos!.” [7]

Concluamos com a seguinte interrogação: Por que a possibilidade de nossa salvação está ligada à realidade do precioso sangue de Cristo? Esse é um ultimo aspecto que podemos abordar aqui com muitos frutos. 

A Bíblia Sagrada, toda ela fundada na inspiração divina, é clara e objetiva no que tange ao tema de nossa reflexão: “Se andamos na luz, assim como Deus mesmo está na luz [...] o sangue de Jesus, Seu filho, nos purifica de todo pecado.” [8] Sim, porque, como afirma a mesma Palavra de Deus: “A menos que se derrame sangue não há perdão.” [9] Palavras duras para nós, pouco afeitos ao ritualismo oriental; entretanto,carregadas de profunda significação poética e espiritual... Com efeito, no Primeiro Testamento, a prática ritual adotada pelos judeus exigia a oferta do sangue de animais, símbolo da vida, para, dessa forma, alcançar o perdão de Javé, ofendido pelo pecado, símbolo da morte. É na atmosfera do binômio “Morte-Vida” que encontramos a bela e profunda significação do “Sangue” no contexto bíblico. 

Para S. Paulo, o sangue no antigo testamento
 simbolizava o sangue de Cristo
Nesse sentido, relata o autor sagrado: “Tampouco o pacto anterior foi inaugurado sem sangue; pois, quando o mandamento foi anunciado por Moisés ao povo, ele tomou o sangue de novilhos e bodes [...] e aspergiu o próprio livro e todo o povo dizendo: ‘Este é o sangue do pacto que Deus preceituou para vós.’” [10] Ou seja, um pacto de “Vida” para vencer a escravidão da “Morte” e purificar os corações dos seres humanos, lavando-os da sujeira do pecado com o sangue... Aqui, é claro, não há somente uma mera poesia para agradar leitores sentimentalistas, mas sim uma realidade objetiva de salvação determinada por Deus em sua infinita sabedoria que prefigura a realidade neo-testamentária,[11] o que explica a radicalidade do Texto sagrado ao afirmar sem rodeios: “Mostrar-se-á severa a punição daqueles que tiverem pisado o Filho de Deus e considerado de pouco valor o Sangue do pacto com que foi purificado.” [12]

Peçamos a Nossa Senhora, ela que doou ao seu Divino Filho o sangue da Redenção, para que nos ensine a valorizar com as devidas disposições de espírito o tesouro depositado nos cálices do mundo inteiro. Quem sabe se não ouviremos também no recôndito de nossas almas, aquelas palavras ditas por Nosso Senhor à Beata Alexandrina de Balasar (1904-1955): “Dar-te-ei o meu sangue gota a gota...”. 





MARIA SEMPRE! 


Nota: texto lançado pelo autor em boletim mensal  - Ano 13- nº 140 - Julho 2014. Catedral  Basílica menor de Curitiba. 

REFERÊNCIAS:

[1] Cf. Jo. 6,55
[2] VIEIRA, Pe. Antônio. Sermões. Sermão do Mandato; 1650. Vol. VIII. Erechim: ELDELBRA, 1998
[3] Cf. Efe.1,5-6
[4] Cf. Efe. 2,19
[5] VIEIRA, Pe. Antônio. Sermões. Sermão do S.S. Sacramento. Vol. VIII. Erechim: ELDELBRA, 1998
[6] Cf. Jo. 6,54-56
[7] SSVM. Livro de Devoções. N. 28
[8] Cf. I Jo.1,7
[9] Cf. Heb. 9,22
[10] Cf.Heb. 9,19-20
[11] Cf. Efe.1,7
[12] Cf. Heb.10, 29

terça-feira, 22 de julho de 2014

O CULTO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE N. S. JESUS CRISTO: INDE A PRIMIS


"(...) símbolo desse mesmo Sangue divino que corre
 em todos os sacramentos da Igreja"
 (conf.: Inde a Primis)


Postado por editores do blog

Segue abaixo trechos de uma carta apostólica redigida por São João XXIII, papa, sobre a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esperamos que os leitores cresçam na consciência do imenso valor desse culto e possam colher os frutos correspondentes. Maria Sempre!


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CARTA APOSTÓLICA DO PAPA JOÃO XXIII 

INDE A PRIMIS

O CULTO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE JESUS CRISTO



Sumo pontífice São João XXIII,  (1881 - 1963)



Veneráveis Irmãos, saudação e bênção apostólica,

São Gaspar Del Bufalo (1786 -1837)
"7. (...) a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus, da qual foi propagador admirável no século passado o sacerdote romano s. Gaspar del Bufalo, teve o merecido consentimento e o favor desta Sé Apostólica. Com efeito, importa recordar que, por ordem de Bento XIV, foram compostos a missa e o ofício em honra do Sangue adorável do divino Salvador; e que Pio IX, em cumprimento de um voto feito em Gaeta, quis que a festa litúrgica fosse estendida à Igreja universal (...)."

"9. Por isto, ao aproximar-se a festa e o mês dedicados ao culto do Sangue de Cristo, preço do nosso resgate, penhor de salvação e de vida eterna, façam-na os fiéis objeto de meditações mais devotas e de comunhões sacramentais mais freqüentes. Iluminados pelos salutares ensinamentos que promanam dos Livros sagrados e da doutrina dos padres e doutores da Igreja, reflitam no valor superabundante, infinito desse Sangue verdadeiramente preciosíssimo, do qual uma só gota pode salvar o mundo todo de toda culpa (...)."

"10. Porquanto, se infinito é o valor do Sangue do Homem-Deus, e se infinita foi a caridade que o impeliu a derramá-lo desde o oitavo dia do seu nascimento, e depois, com superabundância, na agonia do horto (cf. Lc 22,43), na flagelação e na coroação de espinhos, na subida ao Calvário e na crucifixão, e, enfim, da ampla ferida do seu lado, como símbolo desse mesmo Sangue divino que corre em todos os sacramentos da Igreja, não só é conveniente, mas é também sumamente justo que a ele sejam tributadas homenagens de adoração e de amorosa gratidão por parte de todos os que foram regenerados nas suas ondas salutares."

São João Crisóstomo (347 -407)
"11.(...). E, nutridos do corpo e do sangue de Cristo, tornados participantes do seu poder divino, que fez surgir legiões de mártires, eles irão ao encontro das lutas cotidianas, dos sacrifícios, até mesmo do martírio, se preciso, em defesa da virtude e do reino de Deus, sentindo em si mesmos aquele ardor de caridade que fazia S. João Crisóstomo exclamar: "Saímos daquela mesa quais leões expirando chamas, tornados terríveis ao demônio, pensando em quem é o nosso Chefe e quanto amor teve por nós... Esse Sangue, se dignamente recebido, afasta os demônios, chama para junto de nós os anjos e o próprio Senhor dos anjos... Esse Sangue derramado purifica o mundo todo... Este é o preço do universo, com ele Cristo redime a Igreja... Tal pensamento deve refrear as nossas paixões. Até quando, com efeito, ficaremos apegados ao mundo presente?Até quando ficaremos inertes?Até quando descuraremos pensar na nossa salvação? Reflitamos sobre os bens que o Senhor se dignou de nos conceder, sejamos-lhe gratos por eles, glorifiquemo-lo não só com a fé, mas também com as obras" (In loan., Homil. 46; PG 59, 260-26; conf. doc.)"

"12. Oh! Se os cristãos refletissem mais freqüentemente no paternal aviso do primeiro papa: "Portai-vos com temor durante o tempo do vosso exílio. Pois sabeis que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou ouro que fostes resgatados..., mas pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula" (1Pd 1,17-19); se eles dessem mais solícito ouvido à exortação do apóstolo das gentes: "Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo" (l Cor 6,20). Quanto mais dignos, mais edificantes seriam os seus costumes, quanto mais salutar para a humanidade inteira seria a presença, no mundo, da Igreja de Cristo! E, se todos os homens secundassem os convites da graça de Deus, que os quer todos salvos (cf. 1Tm 2,4), porque ele quis que todos fossem remidos pelo Sangue de seu Unigênito, e chama todos a serem membros de um só corpo místico, do qual Cristo é a Cabeça, então quanto mais fraternas se tornariam as relações entre os indivíduos, os povos, as nações, e quanto mais pacífica, quanto mais digna de Deus e da natureza humana, criada a imagem e semelhança do Altíssimo, se tornaria a convivência social!

Dado em Roma, junto a S. Pedro, no dia 30 de junho de 1960, vigília da Festa do Preciosíssimo Sangue de N. S. J. C., segundo ano do nosso Pontificado."

S. S. João XXIII



Fonte:http://www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/apost_letters/documents


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MARIA SEMPRE!



quinta-feira, 17 de julho de 2014

TESTEMUNHO DE FIEL DA MISSA TRIDENTINA EM MONTES CLAROS-MG


Entrevista do Blog Escritos Católicos com o fiel Marlan Alves (foto).


Marlan Alves Santana Batista, 31 anos, é professor de Geografia da rede pública de ensino, casado à 5 anos com Michele Patrícia Silva Batista Santana, tem um filho, frequenta a Missa Tridentina em Montes Claros-MG.

Blog Escritos C.: Caro Marlan, como conheceu a santa Missa no rito antigo?
Eu conheci este Rito através de pesquisas na internet. Lia alguns artigos acerca do Latim na Missa, quando deparei com um vídeo, extraído de um DVD feito na França (se não estou enganado), para ensinar os sacerdotes a celebrar a Missa Tridentina. Fiquei ansioso por assistir uma Missa Tridentina, mas aqui ainda não havia Padre que celebrasse nesse Rito. Depois de certo tempo, e de uma tentativa frustrada de conhecê-la quando fui à São Paulo. Tive o conhecimento que em Montes Claros tinha começado a ter essa Celebração aos sábados, não perdi tempo, fui a Missa e vivi esta experiência maravilhosa.
 
Imagens do momento do Ofertório na Missa Tridentina em Montes Claros
Blog Escritos C.: O que de início te chamou atenção no rito Tridentino?
Fiquei maravilhado ao ver que neste Rito há um zelo pelo Cristo presente no Altar, pela celebração do Sacrifício, como ele é rezado, o latim e todo o gestual que o padre faz tocou minha alma. Ao assistir esta Missa você é levado a uma participação mais orante, mais piedosa do Santo Sacrifício, é privilegiado o silencio e a meditação. Assim você acaba por aprender a assistir a Missa Ordinária com mais zelo e piedade pois aprende a ser mais sóbrio e desejoso a um momento de silêncio e de intimidade com Jesus na Eucaristia.
 
Papa Emértio Bento XVI em  recolhimento e oração

Blog Escritos C.: Como vê este movimento simultâneo de jovens que buscam a riqueza da Tradição da Igreja?
Vejo este movimento de jovens que buscam a tradição duas coisas bem marcantes. A primeira delas é a repulsa pelo que o mundo moderno vem nos oferecendo atualmente, que podemos destacar dentre elas a banalização e relativização das relações interpessoais que acabam também por refletir na nossa relação com Deus, nossa fé e prática Cristã acaba sendo afetada por essa relativização e buscar na Tradição este suporte para nossa prática está se tornando uma excelente arma contra este mal que vem deteriorando cada vez mais nossa sociedade. A segunda está mais centrada na nossa fé. A Igreja sempre guardou a fé e a Tradição Cristã através dos séculos. Os Apóstolos anunciavam a Boa Nova do Senhor e transmitiam ao povo esse tesouro e sempre zelavam para que esta Tradição não transviasse e nem morresse, mas florescesse e desse frutos, assim como havia prometido Nosso Senhor Jesus a eles. Então na busca de uma vivencia mais intima com Cristo e Sua amada Esposa, a Igreja Católica, muitos jovens estão encontrando na tradição católica, vivida por tantos Santos, um caminho seguro até Jesus Cristo.

Blog Escritos C.: Além da frequência regular aos sacramentos, na sua opinião, o quê os leigos católicos devem fazer para vivenciarem melhor a fé?
Antes de qualquer coisa, buscar uma vivencia intima com Jesus e dos caminhos existentes o mais perfeito e seguro é por Maria Santíssima. Ela que, com seu “fiat”, nos abriu a salvação, Ela que amou a Cristo desde quando estava em seu ventre, nos conduzirá a Ele por suas amorosas mãos de Mãe e nos protegerá de todas a ciladas do inimigo, que teima e nos colocar em caminho oposto aos de Jesus. Por isso devemos sempre estar em oração, rezar diariamente o Santo Rosário, ou ao menos o terço. Além das nossas orações, devemos buscar alimentar nosso conhecimento acerca das coisas relativas à fé, à Santa Igreja e da Doutrina e Tradição Católica. Quanto mais se conhece mais se ama e quanto mais se ama, mais se busca conhecer. Sem este conhecimento nos tornamos também presas fáceis dos inimigos de Cristo e Sua Igreja. Para se fazer uma boa apologética é necessário que se estude sempre.

Regina Decor Carmeli; Málaga, Espanha.
Blog Escritos Católicos: Muito obrigado prezado Marlan pela disponibilidade em nos responder! Fique à vontade para direcionar palavras aos leitores do blog.
A você caro leitor, eu desejo toda sorte de bençãos oriundas das mãos puríssimas da Santíssima Virgem, que Ela sempre lhe acompanhe e guarde e te leve direto a Jesus Cristo e dEle não te afaste nunca. Deus abençoe a Todos e um fraterno abraço!

PAX DOMINI IESU CHRISTI!
IN CORDE IESU ET MARIA SEMPER!


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MARIA SEMPRE!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A "PRESIDENTA" TEM CULPA PELOS 7x1?


Por Pietro Mariano

Depois de um balde de água fria no ufanismo em que o país do futebol vivia, surge em diversos meios a indagação (muito mais politica) do título deste texto, que vamos responder. 

Não pessoal! Sejamos verdadeiros, a senhora Dilma Roussef não tem culpa alguma desta derrota de nossa seleção de futebol! Que isto fique claro! Tudo bem, nós podemos culpá-la quanto a: má gerência de obras da Copa, atrasadas e superfaturadas[1]; aproximadamente 1,1 bi em isenções de impostos dados pra FIFA[2] e mantimento, ano a ano, recorde após recorde da alta carga tributária ao brasileiro[3]. Culpem-na de dar nosso dinheiro para Cuba e outras ditaduras e ter concluído a única "grande obra" de seu governo, lá, no porto de Cuba, gastando em um empréstimo de 682 milhões, sigilosamente[4]; irresponsabilidade na gestão da Petrobrás. Tudo bem, culpemos a Dilma por: manter a situação que se encontra o SUS, ludibriando o povo com o Programa “mais cubanos escravos” no Brasil[5]; pelo sucateamento das Forças Armadas e aparelhamento partidário da Polícia Federal [6]; pelo excesso de Ministérios[7], servindo de cabides de emprego pra bases aliadas do governo na politicagem brasileira. 

E não terminou: podem culpá-la pelo mantimento da escravidão eleitoral da massa pelo Bolsa Família[8], ironicamente anunciando reajuste, eleitoralmente, no dia do Trabalhador.

Compreendemos que culpem o Governo Dilma por deixar a inflação disparar e agir em retirar itens da cesta básica para a medição, escondendo a inflação real no IPCA[9].

Culpem o Governo Dilma pela bolha imobiliária graças a gestão irresponsável de créditos bancários[10] em benefício das grandes construtoras (financiadoras de campanha) e o que seria um sonho, foi o pesadelo do endividamento de muitas famílias. E ninguém compra casa sem prestações a perder de vista a preços surreais.

Culpem a Dilma pelo apoio a ideologia marxista, anti-família por ongs que ela e o PT deram ouvidos, mentindo descaradamente aos católicos[11], e facilitando abortos no Brasil[12]. Aquela mesma ideologia, após décadas sob a bandeira da pedagogia liberal, nos deu Paulo Freire como Patrono do ensino no País. Curioso a coincidência desse fato com o de que metade dos nossos Universitários serem tidos como Analfabetos Funcionais.[13] Culpem o partido da Dilma pelo Foro de São Paulo, aliança com as FARCs e negligência no combate às drogas que já dominam parte do país. E se não sabe o que significa Foro de São Paulo,[14] culpe ao PT por vos esconder as verdadeiras intenções. 


Não acusem a Dilma de ter comprado a Copa, não. Acusem-na de ter “comprado” as redes de mídia, calando e chantageando opiniões opositoras do jornalismo e sempre gastando cada vez mais em verbas para publicidade nas emissoras de TV[15]. Culpem a Dilma de tentativa de golpe na democracia do país com o seu partido dominando o STF, ou ao propor plebiscito com comparsas[16] (lê-se "movimentos sociais"), após a manipulação e conchavo com o 'Movimento Passe Livre' e afins nas manifestações e protestos de 2013.


Veja, como podemos lembrar, há mais "culpas da Dilma" do que gols da Alemanha na Copa. Mas, não culpem a Dilma pelos '7x1' que a seleção do Brasil levou. Ao contrário, o '7x1' tem “culpa” (ou melhor, méritos) de nos acordar para ver a realidade de nosso país em mais um Governo Socialista. Diante da conjuntura política que nos encontramos, inclusive na chamada "oposição" (PSDB e aliados), há de informarmos que só a aplicação do Reinado Social de Cristo será o caminho para toda nação, tema para outras ocasiões. Porém, diferentemente de uma partida de futebol, não se chegará a esta solução rapidamente, mas, saber o que acontece no Brasil é o primeiro dever tático e a maioria dos brasileiros não se deram conta disso no jogo.



Nossa Senhora Aparecida, rogai a Deus por nosso Brasil!


Textos de referências:




[6] http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2014/06/pressao-do-pt-na-policia-federal-e.html
http://folhacentrosul.com.br/post-politica/3968/militares-reclamam-de-sucateamento-do-exercito-e-partido-comunista-acusa-pmb-de-golpismo


segunda-feira, 7 de julho de 2014

SUMMORUM PONTIFICUM: 07 ANOS


Por João S. de O. Jr.

Hoje se completa 07 anos do Motu Proprio Summorum Pontificum de S.S. PP. Bento XVI. Publicado em uma data simbolicamente significativa, 07/07/2007; perfeição! O documento autorizou, e de certo modo, incentivou sacerdotes no mundo todo a celebrarem a Santa Missa Tridentina a fiéis que assim desejarem sem necessidade de induto (autorização) expressa da Sé apostólica ou do Ordinário (bispo local). Para ler o Summorum Pontificum no site do Vaticano: clique aqui.

Embora as barreiras encontradas nas dioceses e paróquias para as celebrações da Santa Missa Tridentina, o documento foi um marco no pontificado do atual papa emérito. Quantos fiéis puderam conhecer e nutrir desta riqueza da Igreja? Quantos se encontraram com Cristo onde ele se faz presente realmente? Ou seja, na santa comunhão, no sacrifício da Santa Missa. 
Quantos descobriram o tesouro da Tradição católica? Quantos passaram a saber que a Santa Missa é o mesmo sacrifício da Cruz, atualizado de forma incruenta, através do conhecimento da Missa de Sempre? E assim nunca mais viram uma Missa com os mesmos olhos, seja contemplando o maior acontecimento sob a face da Terra ou seja sofrendo por causa dos abusos e indiferenças com que nosso S,enhor é tantas vezes tratado no altar por próprios ministros dEle, os sacerdotes.


Muito ainda há de ser feito pela restauração da fé, da liturgia e pela salvação das almas. No meio da Crise da Igreja, é como se os desafios da evangelização se duplicassem em peso. Contudo, sendo um religioso ou um mero leigo, os verdadeiros devotos da Virgem Santíssima devem ter a coragem de trabalhar como se fossem os apóstolos dos últimos tempos, preditos por são Luís de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção (T.V.D. n.48). Incansavelmente, pois lembremos que é por Cristo que todo apostolado deve ser feito e Ele nos basta!


S
egue também, para um breve leitura, o link do boletim Pugna da Sociedade da Santíssima Virgem Maria - SSVM.

Clique para abrir o arquivo
Este, em especial, foi distribuído na Jornada Mundial da Juventude 2013 como convite aos jovens a conhecerem a maravilha que é a Santa Missa de São Pio V.
Recordando, os leitores poderão imprimir (frente e verso e de preferência em papel chamex colorido) e entregar aos fiéis católicos como forma de apostolado.

Mãe do Bom Conselho, rogai por nós!

terça-feira, 1 de julho de 2014

MEUS PROFESSORES MENTIRAM...


S. Domingos  de Gusmão defendendo a fé católica
contra o catarismo.


Prof. Rafael Maria da Cruz

Prezados leitores, segue abaixo uma breve exposição referente à heresia cátara que tanto mal fez à Igreja e à sociedade civil. Chamamos a atenção dos senhores sobre o fato lastimável de vários professores mal formados ou maliciosos haverem nos privado das terríveis características desta seita gnóstica e apresentado a Igreja Católica como a "vilã da história", cruel e manchada de sangue inocente. 

Os parágrafos seguintes, cremos, bastarão para termos o mínimo de noção da periculosidade desta seita atacada primeiro pela sociedade civil e depois, a pedido desta, pela mão zelosa da Igreja. Os mais lúcidos saberão criticar com prudência os excessos daqueles que agiram em nome da Igreja mas que muitas vezes não se deixaram conduzir pela sabedoria milenar desta mesma instituição. Boa leitura.



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OS ALBIGENSES 

“Do antigo fermento do gnosticismo que tinha envenenado por tanto tempo os primeiros séculos da Igreja, havia germinado uma seita perigosa. Habilmente explorada por espíritos inquietos e ambiciosos aos quais irritavam a riqueza e o poder da Igreja, havia ela invadido pouco a pouco o norte da Itália, a Provença, o Delfinado e o Languedoc, e aí tomou o nome sob que é mais conhecida: o Albigeísmo, da cidade de Albi, capital de seus sectários. Era a heresia cátara, ramificada sob os nomes diversos de seitas irmãs: Publicanos, Búlgaros, Valdezes, Pobres de Lyon, Patarins e Albigenses. 

No Languedoc sob o céu enervante do sul, onde tudo falava de vida fácil e voluptuosa, ela fez em breve grandes progressos. Suas doutrinas eram um perigo para sociedade não só pelos princípios que enunciavam como pelas desordens e sedições que suscitavam. Proibiam todo contato com a matéria, emanada do princípio mal, e condenavam o casamento, fonte da sociedade, permitindo embora, a seus sectários, a prática das mais vergonhosas orgias. 

Negadores da base de toda ordem, atacavam tanto a autoridade do poder secular como a da Igreja. Os sectários que tinham recebido o consolamentum, espécie de batismo espiritual, para evitar recaírem no pecado, condenavam-se ao suicídio, deixando-se morrer de fome, tomando veneno ou vidro moído, ou abrindo as veias. E se um consolado recusava suicidar-se, era proibido à sua família nutri-lo; viu-se assim filhos deixarem morrer de fome seus pais e pais deixarem perecer de inanição seus filhos. 

Ao passo que para o cristão toda prova, toda tentação mesmo, é um meio de santificação, e a vida tem um preço infinito porque ela permite ganhar o céu – para o maniqueu ou albigense, a vida espiritual não pode existir nesta terra, porque alma é prisioneira num corpo que é obra de Satanás. O suicídio é a conseqüência lógica de tal sistema: já que o corpo é uma prisão, é preciso sair dela; já que a vida é um mal, é necessário destruí-la. 

Usando de todos os meios para espalhar seus erros, acharam amigos e partidários não só entre os leigos como até entre o clero, mas foram sobretudo os representantes da alta aristocracia feudal que se tornaram seus defensores. 

Batalha de Muret 1213, realizada contra as barbáries
 praticadas pelos Albigenses.
Muitos dos príncipes os mais poderosos, como os Condes Raimundo VI e VII de Tolosa, os Viscondes de Béziers, os Condes de Bearn, d’Armagnac, de Foix e de Comminges, os tomaram abertamente debaixo de sua proteção. Era raro mesmo encontrar entre eles um homem do povo, operário ou camponês. A seita recrutava-se entre a aristocracia e a burguesia. (...) Bem disse Bossuet: ‘A heresia cátara ameaçava a terra de uma conflagração geral’(...) Foi certamente pensando em todos esses excessos e nas doutrinas fanáticas que os haviam inspirado que num momento de sinceridade, um dos inimigos da inquisição, Lea, fez a seguinte interessante confissão: 'Por mais horror que nos possa inspirar os meios empregados para combatê-los, por mais compaixão que devamos sentir por aqueles que morreram vítimas de suas convicções, reconhecemos sem hesitação que A CAUSA DA ORTODOXIA NÃO ERA SENÃO A MESMA QUE A DA CIVILIZAÇÃO E DO PROGRESSO. Se o catarismo houvesse dominado, ou mesmo emparelhado com, o catolicismo, não é duvidosos que a sua influência teria sido simplesmente desastrosa’. [i]

Compreende-se agora porque os príncipes do século XI e XII foram mais enérgicos do que os bispos e os papas na repressão da heresia e porque eles não cessaram de atiçar nesse ponto o zelo da hierarquia eclesiástica (...). ”


†††


FONTE: OTTONI, Pio Benedito. A Inquisição.7ª edição, Gráfica Jacyra: Niterói, 1964, p.18-24


MARIA SEMPRE! 


[i] Lea, Histoire da l’Inquisition I, p. 120. (Nb.: O itálico e o negrito são nossos.)